11 DE JULHO DE 2019
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Relativamente ao hospital, aguardamos que o Governo da Região Autónoma da
Madeira contrate connosco a realização desse hospital, de forma a fazermos o pagamento que compete ao
Governo da Região Autónoma da Madeira fazer.
Aplausos do PS.
Em matéria de juros, devo dizer-lhe que, como sabe, o Orçamento do Estado reviu os juros e, portanto, só
no pagamento que terá de fazer em julho, a Madeira já vai poupar 8 milhões de euros de juros relativamente
àquilo que teria de pagar.
Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite, nós já temos, desde a última vez que o Sr. Deputado apresentou
números a este respeito, mais 76 médicos de Medicina Geral e Familiar, temos um concurso aberto para mais
305 médicos de Medicina Geral e Familiar, pelo que, se todos concorrerem e todas as vagas ficarem
preenchidas, chegaremos ao final da Legislatura com 97% dos portugueses com médico de família atribuído.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Se!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Quanto ao tempo de espera, convém nunca esquecer que os tempos de espera,
hoje, são maiores, o que é inaceitável, mas também resulta de uma decisão deste Governo a redução do tempo
de espera admissível para um conjunto de atos médicos.
Finalmente, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, é verdade que fomos mais longe do que tínhamos previsto no
Programa do Governo, fomos até mais longe do que tínhamos acordado com os nossos parceiros
parlamentares. E fomos mais longe porque gerimos bem e, por isso, tivemos mais recursos para irmos mais
longe. E é isso que temos de continuar a fazer: gerir bem e não fazer asneiras, para continuarmos a ter mais
recursos e irmos ainda mais longe.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Passamos, agora, às intervenções, a primeira das quais cabe
ao Partido Social Democrata.
Tem a palavra, para o efeito, o Sr. Deputado Fernando Negrão.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Após quatro anos de governação socialista, sustentada numa maioria parlamentar de esquerda, que País é que
temos? Não me refiro ao País virtual, ao País para a fotografia, ao País que o Sr. Primeiro-Ministro insiste em
pintar de cor-de-rosa e que governa em permanente modo de reality show. Refiro-me ao País das famílias e das
empresas, que trabalham por uma vida melhor, que cumprem as suas obrigações e pagam os seus impostos.
Refiro-me ao País que existe para além dos grandes centros metropolitanos, ao País do interior, das periferias,
das zonas mais desfavorecidas. Refiro-me ao País real! O País que, nestes quatro anos, ficou fora dos holofotes
do Governo e dos seus PowerPoints, fora das suas preocupações, Sr. Primeiro-Ministro.
O que aqui ouvimos da sua parte, hoje e sempre, foram consistentes tentativas de vergar a realidade à
narrativa fantasiosa de que o seu Governo fez tudo o que estava ao seu alcance e que fez tudo bem, de que
tudo funciona maravilhosamente e que, se por acaso não funciona, é por culpa dos próprios cidadãos, como até
uma governante teve o desplante de afirmar.
Acontece que esta narrativa de encantar é desmentida pela realidade todos os dias. É desmentida sempre
que qualquer cidadão vai a um hospital público e tem de esperar meses ou anos por uma consulta, um exame
ou uma cirurgia. E, quando finalmente é atendido, muitas vezes tem que ficar numa maca num corredor do
hospital, sem o mínimo de condições, de segurança e de dignidade.
Hoje, existem 780 000 utentes do Serviço Nacional de Saúde sem médico de família, quando o Governo
prometeu que daria médico de família a todos os portugueses.
Nos últimos quatro anos, a dívida total do Serviço Nacional de Saúde foi sempre superior a 2015, assim como
a dívida vencida e os pagamentos em atraso aos fornecedores.