I SÉRIE — NÚMERO 7
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O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — E a primeira dessas instituições, aquela que salta à vista de qualquer cidadão, entre outras que também podíamos referenciar, é o Tribunal de Contas, quer pelo exposto, quer
ainda pela qualidade dos seus relatórios e pela análise crítica e independente que sempre faz, doendo a quem
doer.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Não foi esse o caminho que o Governo prosseguiu. Mas este é o caminho que hoje podemos, ainda, trilhar.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o tempo urge e, daqui a sete ou oito meses, o Novo Banco pode
querer receber os 1000 milhões de euros que ainda restam nesta garantia pública. Uma auditoria com esta
envergadura e com estas consequências é difícil e demorada, pelo que não há tempo a perder.
Pode a Assembleia da República esperar por janeiro para, então, determinar a uma instância pública,
nomeadamente ao Tribunal de Contas, que desenvolva esta auditoria, mas, hoje, se for o entendimento
alargado na Câmara, que, por exemplo, o Tribunal de Contas a deve realizar, podemos sinalizar isso mesmo,
nomeadamente quando o próprio Tribunal já confirmou que tem competência para avançar com essa auditoria.
E tudo isto, porque as conclusões da mesma devem ser conhecidas em tempo útil, antes de o Estado passar o
próximo cheque.
Sabemos que os contratos do Estado devem e têm de ser respeitados e cumpridos.
Se todo o valor for realmente devido, deve ser pago, e cá estaremos para avaliar a bondade, a seriedade e
a ingenuidade do contrato que o Estado assinou.
Se o valor não for devido, deve ser evitado o pagamento da tranche em falta, e procurar recuperar, nas
instâncias competentes, o que, eventualmente, foi pago a mais.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, vamos ser práticos.
Mais do que atirarmos pedras uns aos outros e continuarmos a transferir dinheiro para o Novo Banco, o
que os portugueses exigem é que não se transfira nem mais um cêntimo — nem mais um cêntimo! — se isso
não for devido. E depois que se apure a responsabilidade sobre os compromissos que o Estado assumiu.
É este o nosso propósito e desejamos, Srs. Deputados, que se juntem ao PSD nesta ação, para assegurar
que uma entidade pública, nomeadamente o Tribunal de Contas, possa fazer aquilo que todos os portugueses
esperam dele.
É uma exigência nacional.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, a Mesa regista a inscrição de seis Deputados para formularem pedidos de esclarecimento. Como pretende responder?
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, responderei, primeiro, a três e, depois, aos restantes três.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para formular pedidos de esclarecimento, o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.
O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Duarte Pacheco, começo por cumprimentá-lo pelo assunto que traz a discussão, porque o Novo Banco, não sendo um
problema só de agora, continua a ser um assunto atual e, infelizmente, pelos piores motivos.
De facto, estamos a falar de um problema que se arrasta há já seis anos, o mesmo é dizer que estamos a
falar de um problema que nasceu com o Governo PSD/CDS-PP. Mais, o Governo PSD/CDS-PP não só criou
um problema como também não o resolveu. E, face ao acumular de situações estranhas e até aos encargos
que os contribuintes continuam a suportar, Os Verdes também consideram que é necessário perceber as