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I SÉRIE — NÚMERO 7

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Sr. Deputado, perguntamos-lhe se é desta que o PSD, finalmente, se junta às preocupações do PAN. No

próximo Orçamento do Estado, vai servir o interesse do País e votar a favor desta proposta do PAN ou vai

continuar a ser duro com as palavras com o Lone Star e com o PS, mas ligeiro no momento das votações?

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Estou mesmo a concluir, Sr. Presidente. Quando é que o PSD vai passar das palavras à ação e à votação?

Aplausos do PAN.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, ainda neste primeiro conjunto de pedidos de esclarecimento, o Sr. Deputado Duarte Alves, do Grupo Parlamentar do PCP.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Duarte Pacheco, depois de, há duas semanas, termos discutido o projeto de resolução do PCP sobre o controlo público do Novo Banco e de,

na semana passada, termos aprovado a constituição de uma comissão de inquérito, o PSD traz de novo a

debate a situação do Novo Banco, que é de grande relevância.

Continuam a manifestar-se as consequências do que se passou no BES, um autêntico retrato de um grupo

monopolista, das suas ligações na alta finança e nos governos da política de direita ao seu serviço, mas

também as consequências de opções políticas que foram tomadas por diferentes governos relativamente à

situação do BES e do Novo Banco.

Sr. Deputado, por ter falado da resolução com o eufemismo que utilizou, dizendo que não foi perfeita, creio

sinceramente que é altura de o PSD perceber exatamente que a resolução feita foi fraudulenta. Disse-se aos

portugueses que era possível resolver um banco com 12 milhões de euros de passivos, na sua holding

internacional, com os 4,9 mil milhões de euros que estavam nos fundos da troica, quando isso não era

possível! Maria Luís Albuquerque sabia, Passos Coelho sabia, o Governador do Banco de Portugal, Carlos

Costa, também o sabia. Portanto, esta resolução não foi perfeita, não, e mentiu-se mesmo aos portugueses.

Já nessa altura, o PCP defendia que devia pensar-se na hipótese da nacionalização, que o Banco de

Portugal, na altura, estimou que custaria 7 mil milhões de euros. Entretanto, já gastámos muito mais e o banco

não é nosso. Nessa altura, a ministra Maria Luís Albuquerque recusou-se sequer a avaliar essa hipótese.

Depois dessa resolução fraudulenta, o Governo do PS decidiu entregar o banco a custo zero ao Lone Star,

com uma garantia pública de 3,9 mil milhões de euros e já estamos muito perto desse valor.

Relativamente a auditorias e a comissões de inquérito, não obstaculizamos nenhuma medida no sentido de

ficarmos a conhecer, mas pensamos que não pode iludir-se os portugueses com estas medidas que, no fundo,

não vão à questão essencial. É sobre esta questão essencial que gostaríamos de questionar o PSD. No

momento em que já estamos perto dos 9 mil milhões de euros enterrados no Novo Banco, queremos saber se

o banco deve ser colocado na esfera pública ou se o Estado paga, mas não manda, o que, pela sua posição,

julgo ser o que o PSD e outros partidos têm defendido.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, termino, perguntando se o PSD está de acordo com o PCP quanto ao facto de o Banco de Portugal dever ter meios próprios de auditoria, sem estar dependente das

grandes multinacionais e consultoras.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Duarte Pacheco.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, as vossas intervenções sobre o que eu afirmei pouco disseram, porque, infelizmente, estão no pior daquilo que as pessoas esperam do