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I SÉRIE — NÚMERO 7

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Bem sei que há quem diga que não se deve pagar as dívidas. Não é essa a nossa posição. A nossa

posição é muito clara: o que é devido tem de ser pago, todos nós temos de ser pessoas de bem, enquanto

cidadãos e enquanto Estado.

Por isso mesmo, entendemos que essa auditoria deve avançar o mais rapidamente possível, de modo a

que as suas conclusões venham em tempo útil de se avaliar se a última tranche deve ou não ser paga. Não se

trata de a proibi-la se for justa e devida face ao que o Estado contratou, trata-se de fazer o que for devido. E,

como digo, a seguir fazemos todos a avaliação política de quem assinou aquele contrato.

Outra coisa, bem diferente, é pensar o seguinte, Sr. Deputado Miguel Matos: é que quando a venda foi feita

não se sabia o volume dos ativos tóxicos que estavam lá incluídos. Isso é querer chamar estúpidos aos

portugueses! Sabe porquê? Porque quem queria uma garantia de 3,9 mil milhões de euros tinha indícios fortes

de que existiam ativos tóxicos desse valor. Caso contrário, porque seriam 3,9 mil milhões de euros? Porque

não 2,9 mil milhões? Porque não 6 mil milhões? Porque não 500 milhões? Porque não 7 mil milhões? Porque

é que são 3,9 mil milhões de euros? E depois, a seguir, os ativos batem certinho, certinho com 3,9 mil milhões

de euros. Está a atirar areia para os olhos de quem?

Aí, sim, quiseram atirar areia para os olhos dos portugueses e enganar os portugueses. Talvez por isso o

Sr. Deputado, em nome do PS, não se tenha pronunciado sobre a questão principal que eu aqui trouxe.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Vou concluir, Sr. Presidente. Vamos todos dar um sinal positivo para que o Tribunal de Contas possa fazer esta auditoria o mais

rapidamente possível e para que a possa fazer com a competência e a independência que lhe são

reconhecidas, e em tempo útil, antes de fazermos a avaliação do dinheiro que falta.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — A Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real pediu a palavra. Para que efeito, Sr.ª Deputada?

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Para defesa da honra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Relativamente a que questão, Sr.ª Deputada?

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado Duarte Pacheco deu a entender que o PAN viabilizou a injeção de capital no Novo Banco e está a faltar à verdade ao afirmá-lo, uma vez que o PAN

votou contra essa injeção de capital…

O Sr. Presidente: — Desculpe, Sr.ª Deputada, ainda não lhe dei a palavra. Estava só a perguntar o que é que tinha motivado o seu pedido de palavra para defesa da honra.

Agora, sim, tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado Duarte Pacheco, do PSD, ao dar a entender que o PAN viabilizou a injeção de capital no Novo Banco, faltou à verdade. O PAN votou contra — é

importante que isso fique clarificado — o n.º 1 do artigo 116.º da proposta de lei do Governo. Não viabilizou, de

forma alguma, essa injeção de capital. Isso veio a traduzir-se, na redação final, no n.º 1 do artigo 154.º.

Já quanto ao PSD, lamentamos que se tenha abstido quanto à proposta do PAN para a realização da

auditoria, mas ficamos obviamente satisfeitos por, finalmente, virem ao encontro da que é, há muito, uma

reivindicação do PAN.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Duarte Pacheco, tem a palavra para responder.