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1 DE OUTUBRO DE 2020

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reivindicar um conjunto de direitos, quando é obrigatório tomar posição sobre a defesa daquilo que são as

necessidades prioritárias e primárias para a população.

Portanto, aí continuamos a ser críticos, continuaremos a fazer essa oposição, que é feroz, naturalmente,

em relação às nossas pretensões. Quanto a isso não temos a menor dúvida. Mas ao afirmar que, perante esta

situação, perante uma realidade tão evidente quanto esta, nós somos contra a democracia, que este é um

processo altamente democrático, gostaria de lhe perguntar, exatamente, se este é o seu conceito de

democracia, se este é o conceito de democracia do PSD.

Do que se trata, neste caso concreto, é, sem dúvida, de uma espécie — como foi dito, e muito bem, pela

Sr.ª Deputada Cecília Meireles — de um conjunto de comissários políticos que são criados numa situação que

é, de todo, importante no momento, para gerir milhões que vão chegar da União Europeia. Aliás, isso levou,

até, a uma reviravolta na posição do PSD, que inicialmente era contrário e era crítico, dizendo, inclusive, que

teria de coincidir com o período das eleições autárquicas e, depois, achou por bem alterar, passando para

outubro, para prolongar em cinco anos, com esta voracidade dos milhões da União Europeia. É esta a

situação e é este o sentido.

Portanto, não há aqui qualquer princípio democrático, antes pelo contrário, há um ataque à própria

democracia. Dizer-se «porque é que não concorrem, porque é que não apresentam listas alternativas» é de

um cinismo tremendo! Naturalmente, perante o panorama dos resultados eleitorais e de quem tem o poder

autárquico, uma candidatura de coligação PS/PSD é obrigatoriamente vencedora, em conformidade, digamos,

com um universo eleitoral que está viciado e partidarizado. É óbvio, não é? Portanto, é de um cinismo de todo

o tamanho considerar dessa forma toda esta situação.

Caro Deputado José Cancela de Moura, democracia é, acima de tudo, uma partilha, uma partilha de

entendimento, uma pluralidade. E reduzir essa pluralidade ao facto, e até vangloriar-se, de que no Alentejo

existem dois candidatos? Isso aconteceu porque não houve acordo entre os partidos. Foi exatamente por isso

que houve dois candidatos. Um dos candidatos não aceitou, porque senão seria exatamente igual, com um

único candidato em todas as regiões. Isto é resultado deste entendimento, à surdina, que foi feito entre o PS e

o PSD como reacendimento de um «bloco central» para este tipo de interesses.

Sr.ª Deputada Cecília Meireles, naturalmente saúdo o acompanhamento que faz da nossa posição, em

conformidade com aquilo que nós defendemos.

Quanto ao Sr. Deputado do Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, naturalmente que concordamos,

também, com a sua crítica em relação a uma evidência cada vez maior em termos de resultado e daquilo que

é obtido.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem mais quatro pedidos de esclarecimento, de Deputados do PAN, do PEV, do PCP e do PS.

Para o efeito, pelo PAN, tem a palavra o Sr. Deputado Nelson Basílio Silva.

O Sr. Nelson Basílio Silva (PAN): — Sr. Presidente, muito obrigado. Boa tarde a todas e a todos os presentes.

Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado José Maria Cardoso, a posição do PAN quanto à eleição das direções

das CCDR é mais do que clara e foi expressa com propostas de alteração no âmbito da apreciação

parlamentar que aqui correu o seu curso. Fomos contra o modo apressado como o PS e o PSD cozinharam

esta alteração legal. Fomos contra este modelo de eleição indireta porque entendemos que o mesmo é

ultrapassado, assenta numa lógica preocupante de democracia em circuito fechado, é demasiado politizado e

exclui do processo eleitoral agentes cruciais ao desenvolvimento regional.

Para nós, o caminho progressista é o da eleição direta por sufrágio universal, com a participação de todos

os cidadãos. Só assim se poderia verdadeiramente falar em legitimidade democrática das direções das CCDR

e assegurar a possibilidade de desenvolver a sua missão de planeamento com eficácia e verdadeira

autonomia da tutela do Governo.

Contudo, contrariamente ao que defenderam o PS e o PSD, este caminho nunca poderia significar, como

acabou por acontecer, um aligeiramento ou uma redução dos requisitos curriculares exigidos para os cargos.