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I SÉRIE — NÚMERO 7

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Chegamos ao momento em que todos falam para criticar, mas não querem assumir qualquer decisão,

ficando-se por um modelo ideal que, se calhar, nem existe e enchendo o discurso de adjetivos. «A

regionalização é o sonho de alguns», dizem, mas é preciso fazer o caminho até lá chegar, o que não querem,

e preferem continuar a fazer um coro de críticas, fingindo ignorar que o centralismo trava o desenvolvimento e

impede a melhoria das condições de vida das populações.

Por isso, o Governo do Partido Socialista, assumindo e honrando os compromissos que tomou, avançou

com a eleição democrática das comissões de coordenação e desenvolvimento regional, vulgo CCDR, que terá

lugar no próximo dia 13 de outubro e que, de acordo com a legislação, envolverá mais de 10 000 autarcas.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Maria da Luz Rosinha (PS): — Vou já concluir, Sr. Presidente. Sr. Deputado José Maria Cardoso, certamente que o Bloco de Esquerda não colocará em causa a

capacidade dos autarcas, embora não tenha muitos, mas pergunto se reconhece, ou não, que esta eleição é

um passo para a tão ansiada regionalização. Nesse caso, pergunto como justifica que se obstaculizem

continuamente as medidas para o reforço do poder local.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Maria Cardoso, do Bloco de Esquerda.

O Sr. José Maria Cardoso (BE): — Sr. Presidente, agradeço a todos os Srs. Deputados e Deputadas que colocaram este conjunto de questões.

Em função da apresentação das perguntas, começo por responder ao Sr. Deputado do PAN Nelson Silva.

Devo dizer que não percebi muito bem a confusão que fez em relação ao que, pelas suas palavras, teria sido

dito pelo Bloco de Esquerda. Desde o início que dizemos o mesmo, ou seja, consideramos que esta eleição é

uma forma ardilosa de encapotar aquilo que é necessário e urgente fazer-se e que, desde 1976, está

consagrado na lei, que é a regionalização.

Como tal, não é a questão de acharmos que a eleição deve ser direta, universal ou indireta que vai resolver

a situação — poderá ser mais democrática ou menos democrática, poderá envolver mais gente, mais

população, mas isso não faz com que seja reconhecedora de qualquer coisa em termos de democratizar as

CCDR.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. José Maria Cardoso (BE): — As CCDR são um organismo periférico do Estado, estão sob a alçada do Estado, e não há nada que mude a sua natureza jurídica, não há nada que altere nem a sua composição

nem a sua forma de atuação. Muito sinceramente, se quer que lhe diga, estarmos aqui a falar se vai

democratizar ou não até piora a situação. Até agora havia uma nomeação administrativa — sabíamos que era

assim —, relacionada com o Governo, e passa a haver uma nomeação partidária, de jogo partidário, o que

torna a situação muito mais perigosa. Portanto, esta condição não melhora absolutamente nada e é essa a

nossa posição desde o início.

Nós — e respondendo também à Sr.ª Deputada Paula Santos — somos é a favor da regionalização, é isso

que defendemos,…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. José Maria Cardoso (BE): — … e, como tal, o nosso caminho é no sentido de criar condições para que ela seja uma realidade. Aliás, foi por isso que pedimos, até, a cessação de vigência deste documento,

quando aqui foi discutido enquanto decreto-lei. Foi nesse sentido que invocámos essa situação.