O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 7

8

e independente com um único objetivo: travar a negociata do Lone Star no Novo Banco à custa de fundos

públicos.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É esse o único objetivo do Bloco de Esquerda. Não se trata de pedir favores ao Lone Star, trata-se de travar o que o Lone Star está a fazer no Novo Banco.

Se o Tribunal de Contas precisa de sinais da Assembleia da República para começar imediatamente uma

auditoria que proteja o interesse público na gestão que o Lone Star faz do Novo Banco, então pode contar com

todo o apoio do Bloco de Esquerda. Já o dissemos e continuamos a dizê-lo: queremos uma auditoria pública e

independente que defenda o interesse público e dos contribuintes contra os abusos do Lone Star na gestão do

Novo Banco.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Miguel Costa Matos, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. Miguel Matos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, de facto, os portugueses querem mesmo saber por que razão continuam a pagar o Novo Banco. É um empréstimo ao Fundo de Resolução, é

certo que vamos reavê-lo. Mas porque é que metemos lá o dinheiro? Sobre isso, o PSD, nesta declaração

política, fez um exercício de agnotologia, ou seja, de produção da ignorância e da confusão para que ninguém

perceba nada. Contam, para isso, com a criação de três mitos. O primeiro é o de que isto é tudo culpa da

venda que os senhores não fizeram, em 2015, quando havia três boas propostas para o fazer.

Vozes do PS: — Bem lembrado!

O Sr. Miguel Matos (PS): — Em 2017, a única alternativa à venda era a liquidação desse mesmo banco, com um custo estimado pela Comissão Europeia de 14 mil milhões de euros, isto é, três vezes mais do que o

dinheiro que poderá vir a colocar-se lá. A venda foi mesmo feita à melhor oferta. Quem o diz não somos nós,

mas a Comissão Europeia.

O segundo mito é o de que a culpa de tudo isto vem com a venda e com o mecanismo de capital

contingente, que paga os prejuízos.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço desculpa por esta pequena interrupção. Peço aos Srs. Deputados que estão de pé, praticamente desde o princípio da sessão, para saírem da Sala

ou, então, para se sentarem.

Muito obrigado.

Pode continuar, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Matos (PS): — Obrigado, Sr. Presidente. A culpa, na verdade, não é do mecanismo de capital contingente, mas é do facto de só terem descoberto

estes ativos maus nessa altura, transformando uma carteira sólida numa carteira má, ilegal e velha, como diz

António Ramalho. Tudo isto desde que o Novo Banco deixou de ser auditado pela firma onde eram sócios os

dois principais arquitetos da resolução de 2014, um deles o ex-Chefe de Gabinete de Vítor Gaspar.

Estamos a pagar a falta de boa gestão e de rigor nos procedimentos do Novo Banco, estamos a pagar as

avaliações sistematicamente erradas dos imóveis do Novo Banco e estamos a pagar a consequência da

pressa de se desfazerem de ativos maus, de forma mais rápida e, logicamente, mais barata do que o previsto.

O terceiro mito é o de que é possível falar dos problemas do Novo Banco sem falar da resolução que os

criou. Desde a resolução do Novo Banco, já consumimos metade do dinheiro que o Estado lá meteu, através

de prejuízos que já eram previsíveis desde as auditorias de 2013 e de 2014.