I SÉRIE — NÚMERO 14
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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, em nome do PS, a Sr.ª Deputada Cristina Mendes da Silva.
A Sr.ª Cristina Mendes da Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, em relação ao Projeto de Resolução n.º 298/XIV/1.ª, do PSD, que visa um compromisso de cooperação para o setor social e solidário,
importa referir o seguinte: em primeiro lugar, que os apoios financeiros às IPSS não se esgotam nas
comparticipações financeiras decorrentes de acordos de cooperação celebrados com o Instituto de Segurança
Social; em segundo lugar, desengane-se quem pensar que foi preciso o PSD lembrar-se deste projeto de
resolução para que o Governo e o Partido Socialista valorizassem o setor social como um importante pilar da
sociedade portuguesa.
O Partido Socialista sempre assumiu os seus compromissos com o setor social, promovendo novos acordos,
renovando os existentes e impulsionando a cooperação entre o Estado e as instituições.
Senão, vejamos: o Governo de Passos Coelho o que fez, como aposta nesse setor, foi aumentar o número
de camas por quarto para reduzir comparticipações. Nessa ânsia de cortes, diminuiu o número de técnicos da
segurança social e cortou as prestações sociais, em especial refira-se a violência do corte no complemento
solidário para idosos, mas, neste momento, o PSD roga-se o direito de roubar a autoria da renegociação do
compromisso de cooperação.
O Governo socialista sempre apostou no Estado social e na economia social e, para vosso conhecimento,
em 2017, 2018, 2019 e 2020 foram promovidos aumentos na comparticipação financeira das IPSS.
O Compromisso da Cooperação para o Setor Social e Solidário para o Biénio 2019-2020, assinado em julho
de 2019, garantiu um aumento de 3,5% da comparticipação financeira ao setor social, o maior aumento desde
2009.
Neste ano, devido à resposta à COVID-19, os acordos de cooperação com o setor tiveram um aumento de
comparticipação financeira de 5,5% para as respostas sociais mais afetadas pela pandemia. A saber: serviços
de apoio ao domicílio, estruturas residenciais para pessoas idosas, lares residenciais, entre outras.
Mas não aumentámos apenas as comparticipações financeiras, aumentámos também os apoios à
construção e renovação de equipamentos com o programa PARES (Programa de Alargamento da Rede de
Equipamentos Sociais) e reforçámos as vagas alvo de comparticipação financeira através do PROCOOP
(Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas
Sociais). O PROCOOP, que garantiu a transparência na atribuição destas verbas, promoveu, desde 2016, um
aumento de 23% das verbas de cooperação, atingindo, em 2020, uma verba global de 1,6 milhões de euros, ou
seja, um aumento quase três vezes superior ao verificado no Governo do PSD — percebemos que acrescentar
camas sai mais barato do que garantir respostas sociais de qualidade!
Aplausos do PS.
Através do PARES está a proceder-se ao alargamento da rede de creches com 7000 novas vagas, mas,
como é esforço contínuo, foi lançado hoje o terceiro aviso do PARES com uma dotação de 110 milhões de euros
para o alargamento da rede de equipamentos sociais, através da construção ou requalificação de creches,
residenciais para idosos, centros de dia, lares residenciais e centros de atividades ocupacionais para pessoas
com deficiência.
Mas o Governo do Partido Socialista também implementou o seguinte: Programa Nacional de Rastreio para
120 000 funcionários; reforço dos EPI (equipamentos de proteção individual) com uma dotação de 1,3 milhões
de euros; Adaptar Social+, com 10 milhões de euros; medida de apoio ao reforço de emergência para 6800
pessoas em 1000 instituições; protocolos com a Cruz Vermelha, com a CASES (Cooperativa António Sérgio
para a Economia Social); isenção do IVA; mercado social de emprego, onde destaco o Programa MAREESS
(medida de apoio ao reforço de emergência de equipamentos sociais e de saúde), o Programa de Parcerias
Locais para o Emprego e Formação, o CEI (Contratos Emprego-Inserção), e o CEI+, que tantas oportunidades
deram de empregabilidade a tanta gente desempregada de longa duração; e o Programa Nacional Radar Social,
que recrutou 3000 jovens.