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17 DE OUTUBRO DE 2020

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Muita gente diz que faz falta um aeroporto no centro do País, por causa de Fátima; muita gente diz que é

preciso largar o aeroporto de Lisboa, por causa de Fátima; e, afinal, agora há um buraco negro em Fátima? Há

um buraco negro em Fátima para os próximos anos, porque a economia não vai retomar, nem o turismo, como

no passado. As praias já abriram, mas o turismo religioso ainda não voltou ao que era, nem voltará nos próximos

tempos.

É por isso que estamos aqui e percebemos que a maior parte dos partidos concordou com esta

especificidade. Foi uma grande vitória porque, talvez pela primeira vez no Parlamento português, se discutiu

este assunto sem estigmas religiosos, porque a questão não é o santuário mas as pessoas, de facto. Mas agora

temos de ser consequentes, nesta idade adulta, e perceber que há um problema. E não basta que a Sr.ª

Secretária de Estado, permita-me que lhe diga, nos mostre as medidas para o setor e para o País que já foram

tomadas. A Sr.ª Secretária de Estado reconheceu, e bem, a especificidade da questão e, como dizia o Sr.

Deputado João Moura, que é do concelho de Ourém, agora tem de agir em conformidade, porque aquele

problema vai afetar todos, não só as pessoas de Fátima.

O Sr. João Moura (PSD): — Muito bem!

O Sr. Duarte Marques (PSD): — Há muita gente com necessidades especiais, muitos estudantes com necessidades especiais, muitos idosos com necessidades especiais, que são enviados de todo o País para as

instituições sociais de Fátima e era esse dinheiro que, muitas vezes, chegava às instituições, que vinha dos

restaurantes, dos hotéis, do próprio santuário, e que agora não está a chegar. Por vezes, são até esses que se

antecipam à segurança social para ajudar quem mais precisa e é agora que o País, que tantas vezes tem sido

ajudado por Fátima, não pode falhar a este polo de atração de turistas, de apoio social e de investimento.

Fátima já ajudou o País e a região. Está na hora de ajudarmos Fátima.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, chegámos ao fim do nosso primeiro ponto da ordem de trabalhos de hoje.

Vamos dar início ao segundo ponto com ao debate, na generalidade, do Projeto de Lei n.o 512/XIV/2.ª (BE)

— Medidas para a recuperação da atividade das juntas médicas de avaliação de incapacidades, do Projeto de

Resolução n.º 321/XIV/1.ª (CDS-PP) — Recomenda ao Governo que cumpra as recomendações da Provedora

de Justiça para eliminar atrasos significativos na emissão de atestados médicos de incapacidade multiuso e dos

Projetos de Lei n.os 538/XIV/2.ª (PAN) — Assegura a resposta eficaz da atividade das juntas médicas de

avaliação de incapacidades e dos cuidados de saúde primários em situação epidemiológica provocada pela

COVID-19 e 541/XIV/2.ª (PCP) — Regime transitório para a emissão de atestados médicos de incapacidade

multiuso.

Para abrir o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Grupo Parlamentar do Bloco de

Esquerda.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda pediu o agendamento deste debate sobre as juntas médicas, sobre medidas para recuperar a atividade das juntas

médicas porque esta é uma matéria essencial para a vida de muitas pessoas.

A suspensão, o adiamento, o atraso e a impossibilidade de acesso a juntas médicas têm impactos

dramáticos, concretos, na vida de quem mais precisa neste momento. É exatamente por aqui que queremos

começar este debate, por este impacto concreto, pela realidade, por aquilo por que muita gente está a passar.

Sara — nome fictício — é mãe de duas filhas. Trabalhava a recibos verdes, sempre trabalhou a recibos

verdes. Foi diagnosticada com cancro, perdeu o seu rendimento porque não pode trabalhar neste momento.

Precisa de apoio, precisa de aceder a apoios, que, aliás, estão previstos na lei, mas não consegue. Porquê?

Porque não consegue aceder a uma junta médica.

A Cláudia — também nome fictício — tinha requerido uma junta médica no final de 2019, pré-pandemia. Com

a suspensão da atividade, que ocorreu em março de 2020, ainda não conseguiu acesso a essa junta médica e,