17 DE OUTUBRO DE 2020
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dramática, com um impacto negativo provocado pela pandemia que coloca toda esta região numa posição muito
vulnerável nos domínios económico e social.
Por isso, defendemos que deverá haver respostas urgentes, com medidas de curto prazo, para mitigar de
imediato os problemas do rendimento das famílias e de tesouraria das empresas, e medidas de longo prazo,
para promover o relançamento daquela região, ancoradas nos fundos comunitários disponíveis.
Assim, Sr.ª Secretária de Estado, termino, colocando-lhe duas questões muito concretas. Está o Governo
sensível para a situação que se vive neste território? E quais as medidas que estão preparadas para
salvaguardar o turismo e os operadores turísticos de Fátima?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do Turismo.
A Sr.ª Secretária de Estado do Turismo (Rita Marques): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Srs. Deputados: Quero começar por reconhecer a importância do tema e agradecer,
naturalmente, que o mesmo tenha sido discutido neste Plenário.
A situação de Fátima é difícil, está há longa data identificada. Logo no início da pandemia, em março, tive
oportunidade de contactar muito proximamente com os empresários do setor, com todos os operadores
económicos e, naturalmente, com os trabalhadores. Desde então tem sido feito um esforço extraordinário da
parte de todos — repito, de todos —, do lado público e do lado privado, para mitigar os efeitos desta pandemia.
O diagnóstico está feito, Srs. Deputados, e não é positivo. Como já foi referido, o desemprego tem vindo a
agudizar-se. Em agosto de 2020, tínhamos em Ourém um crescimento da taxa do desemprego na ordem dos
48%.
A taxa de ocupação das unidades hoteleiras é, de facto, preocupante. Enquanto a média nacional, nesta
altura, se cifra nos 22,75%, Ourém destaca-se pela negativa, com uma taxa de ocupação de 7,87% e, se
analisarmos os índices de recuperação, verificamos que o diagnóstico se mantém.
A nível nacional, comparativamente com o período homólogo anterior, no que toca às dormidas, temos uma
recuperação de 53%, sendo certo que na região Centro esta média é superior: 72%. Novamente, o caso de
Ourém destaca-se pela negativa, com uma taxa de recuperação face ao período homólogo de apenas 39%.
Portanto, como eu dizia, o diagnóstico está feito. Porém, mais do que fazer diagnósticos, temos de reagir e
é isso que temos feito desde o primeiro momento. Em março foram anunciadas medidas importantes, como é
do conhecimento de todos, as quais pretendiam, justamente, mitigar os efeitos de uma pandemia, que, na altura,
se pensava que seria mais curta.
Foram lançadas diversas medidas específicas para o setor do turismo e, tendo em conta que já foi aqui
ventilada diversas vezes a importância das micro e pequenas empresas, destaco a linha de apoio específica
criada para as micro empresas do turismo — o único setor que teve acesso a uma linha desta natureza —,
gerida pelo Turismo de Portugal e que, até ao momento, já apoiou com cerca de 143 milhões de euros. É uma
linha de rápido acesso, em que a decisão tem sido conseguida em cinco dias, e que muito tem ajudado na
preservação dos postos de trabalho.
Porque a análise do Governo tem sido atenta, cuidadora e contínua, essa linha foi, entretanto, beneficiada e
há um prémio que pode ser convertido a fundo perdido, justamente no sentido de garantir que os apoios chegam
às empresas e resolvem as necessidades destes mesmos empresários, bem como, naturalmente, as
necessidades dos trabalhadores e famílias que dele dependem.
Mas não ficámos por aqui, tivemos medidas extraordinárias, que se prendem com linhas de crédito com
garantia pública, tivemos os deferimentos nas prestações de todos os projetos enquadrados no PT2020 e no
QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional). Num total foram ventilados para o setor do turismo 1,4 mil
milhões de euros, Sr. Deputado. É, de facto, um valor relevante.
Protestos do Deputado do PSD João Moura.
Se me perguntar se é suficiente, provavelmente dir-lhe-ei que não, temos de fazer tudo o que for necessário,
tudo o que for necessário para preservar os postos de trabalho.