I SÉRIE — NÚMERO 26
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de morrer em medo de viver e de lutar, se temos combatido a política do «proíba-se, suspenda-se e limite-se»,
se temos defendido que se deve combater a epidemia criando condições de segurança sanitária para que a
vida nacional prossiga, a realização do Congresso tinha de ser um exemplo daquilo que defendemos.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — E foi isso que fizemos. O Congresso do PCP foi mais um exemplo de como é possível definir, aplicar e pôr em prática regras de
segurança sanitária que defendam a saúde pública para que, assim, a vida possa prosseguir nas suas
múltiplas dimensões. E foi assim que o Congresso do PCP correspondeu à verdadeira urgência nacional de
dar voz aos trabalhadores e ao povo, para que os seus interesses, aspirações e anseios se façam ouvir e se
projetem na ação concreta e transformadora que é preciso empreender.
O Congresso do PCP foi a voz dos trabalhadores e do povo que se fez ouvir, fazendo eco da mensagem
de esperança que não abandona aqueles que todos os dias erguem este País com o seu trabalho e que,
incluindo no passado fim de semana, tiveram de se levantar cedo para trabalhar o dia inteiro. A mensagem de
esperança que saiu é a mensagem de confiança de quem constrói o presente e quer construir um futuro
melhor para o seu País.
Portugal tem futuro. Com uma política alternativa, patriótica e de esquerda,…
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Isso é que não!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … que defenda a soberania nacional, que liberte o País do domínio dos grupos económicos e financeiros, que rompa com as opções da política de direita, é possível inverter o rumo
de declínio nacional, é possível dar resposta à epidemia, travando o seu avanço e os seus impactos
económicos e sociais, mas, também, aos problemas estruturais do País, a começar pelos défices produtivo,
demográfico, energético, tecnológico e alimentar.
A necessidade dessa política alternativa surge, todos os dias, com maior clareza nas reivindicações
daqueles que são mais duramente atingidos pelos impactos económicos e sociais da crise que atravessamos.
E ela esteve bem presente no conteúdo do Congresso nas reivindicações dos trabalhadores em defesa do
emprego, de melhores salários e de horários regulados, como nas reivindicações dos pequenos e médios
empresários que exigem apoios para que possam continuar a trabalhar, contrariando a ruína para que estão a
ser lançados, em especial nos setores da restauração, do comércio, da hotelaria e do turismo, nas
reivindicações dos reformados, dos utentes dos serviços públicos, dos jovens estudantes ou trabalhadores.
Em todas essas reivindicações se encontram os elementos concretos da política alternativa, patriótica e de
esquerda de que Portugal precisa para construir um futuro melhor.
É nas lutas por essas reivindicações que se encontra a chave do futuro nacional e a todas elas o
Congresso do PCP deu voz, com o sentido de urgência que a mudança de política e de opções exige.
Portugal tem futuro, com a ação de todos os dias para melhorar a vida, defender, repor e conquistar direitos
e com uma alternativa política aos Governos de PS, PSD e CDS, uma alternativa de um Governo patriótico e
de esquerda, pelo qual é preciso lutar, envolvendo todos os patriotas e democratas genuinamente
preocupados com o futuro nacional, fazendo convergir as forças políticas e sociais empenhadas na defesa e
aprofundamento do regime democrático nas suas dimensões política, económica, social e cultural, garantindo
a participação das classes e camadas populares nas opções políticas que é preciso fazer para corresponder
aos seus anseios.
É da construção desse futuro que continuaremos a tratar com a nossa intervenção determinada e corajosa,
preparados para vencer as adversidades que se nos coloquem.
Aplausos do PCP e do PEV.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado João Oliveira, há quatro inscrições para pedir esclarecimentos, designadamente do PSD, de Os Verdes, do Bloco de Esquerda e do PS.
Como pretende responder, Sr. Deputado?