20 DE JANEIRO DE 2021
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O Sr. Presidente: — A Mesa foi informada de que o Governo dividirá a sua resposta em duas partes: em primeiro lugar, intervirá a Sr.ª Ministra da Saúde e, depois, o Sr. Primeiro-Ministro.
Para responder, tem, pois, a palavra a Sr.ª Ministra da Saúde.
A Sr.ª Ministra da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o artigo tem, de facto, como epígrafe, «contratação de médicos de família», mas a questão é que, ao falar da contratação de médicos de família, o
artigo fá-la também depender da realização de épocas de exame.
Portanto, é nessa medida que digo que estamos indexados a um determinado calendário que, entendemos,
é aquele que melhor equilibra dois interesses, que são, neste caso, os interesses em presença: por um lado, o
de o Serviço Nacional de Saúde dispor, o mais depressa possível, de especialistas de Medicina Geral e
Familiar para a atribuição de médicos de família e, por outro lado, o de garantir que as pessoas também têm
direito ao tempo de preparação para os respetivos exames.
No ano passado, fizemos uma adaptação a esse calendário, e bem sabem, nesta Casa, quantas vezes nos
perguntaram porque se deu o atraso na colocação de médicos de Medicina Geral e Familiar.
Relativamente ao tema das convenções e ao seu preço, devo dizer que o preço é publicado desde março,
altura em que começámos a preparar estes temas. Trata-se de um preço que é aferido em função dos
apuramentos de custo do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Luís Ferreira, na última reunião que tivemos, Os Verdes tiveram ocasião de fazer uma sugestão para que, tendo em conta a vaga de frio e o
período de confinamento das pessoas em casa, que, naturalmente, conduzirá a um maior consumo de energia
doméstica, apresentássemos uma medida de apoio.
Nós construímos essa medida, tendo em conta, por um lado, a referência do anterior período de
confinamento, de março/abril, em que houve um aumento do consumo de cerca de 10%, e, por outro, a
referência de um aumento de 10%, tendo em conta a recente vaga de frio.
Por isso, estabelecemos um apoio de 10% à faturação, em duas circunstâncias diferentes: primeiro, para
estes quinze dias de confinamento, para todas as famílias que estejam nos escalões de consumo igual ou
inferior a 6,9 KWA, e, depois, um apoio permanente, também de 10%, para as 800 famílias que estão
abrangidas pela tarifa social, e que vigorará por cada dia de confinamento, em geral, de forma a apoiar
permanentemente estas famílias e a combater a pobreza energética.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, nos últimos 14 dias, houve 10 dias em que o número oficial de novos infetados andou a rondar os 10 000. Sabemos que a pandemia é
exponencial, portanto esta estabilidade no número de novos infetados quer provavelmente dizer que há um
conjunto de infetados que não estamos a conseguir diagnosticar, talvez porque atingimos o limite máximo de
testes.
Se assim for, há centenas ou milhares de pessoas que, todos os dias, não estão a ser diagnosticadas e
que contribuem para o descontrolo da pandemia. E, quando há descontrolo da pandemia, a única solução é
confinar. Confinar geralmente com custos enormes para as pessoas, para a economia e para o Estado, que,
no ano de 2020, entre perdas de receitas e aumento de despesas, deve ter gasto algo como 7000 milhões de
euros. E neste confinamento de 2021, provavelmente, os gastos não serão muito diferentes.
Perante a necessidade de voltar a controlar a pandemia e de minimizar estes custos do confinamento, não
estará na altura de adaptar a estratégia, para que ele inclua um plano de testagem muito mais maciço e muito
mais proativo?