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I SÉRIE — NÚMERO 40

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Num momento em que Portugal já é o pior país do mundo em termos do número de infetados por milhão de

habitantes, o segundo pior em número de mortos por milhão de habitantes, não estará na altura de adaptar a

estratégia? É que se não o fizermos, não acho que a culpa possa ser dos portugueses.

Uma última questão a que não resisto, Sr. Primeiro-Ministro. Dado que ficou tão contente com a

disponibilização da Cidade do Futebol para acolher doentes, acho que lhe posso dar uma alegria: a Cidade do

Futebol tem 44 quartos, Sr. Primeiro-Ministro, e posso informá-lo — a Sr.ª Ministra da Saúde sabe disto —

que, em Miranda do Corvo, há um hospital novinho que tem 54 quartos, para estrear, que só está à espera da

ARS (Administração Regional de Saúde)! Ainda é melhor que a Cidade do Futebol! Basta abrir esse hospital,

prontinho a estrear, todo equipado, que ele também pode contribuir para o esforço do combate à COVID-19.

O Sr. Presidente: — O Governo informou que será a Ministra da Saúde a responder. Tem a palavra, Sr.ª Ministra.

A Sr.ª Ministra da Saúde: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, o tempo é demasiado grave para nos perdermos em questões que não têm correspondência na realidade.

Várias vezes me questionaram sobre o hospital de Miranda do Corvo. Mas onde está o hospital para o

podermos contratar? O que temos são camas, o que temos é espaço. O Serviço Nacional de Saúde já tem

esse hospital para cerca de oitenta camas de cuidados continuados integrados, mas não há um hospital onde

só há camas e espaço. Isso não é um hospital! Paremos de enganar os portugueses!

Aplausos do PS.

Há enfermeiros para mandar para lá?! Há médicos para mandar para lá?!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E na Cidade do Futebol há médicos? Que disparate!

A Sr.ª Ministra da Saúde: — Não há, não há! Houvesse, e seria isso que faríamos agora, porque os tempos são demasiado graves, como já disse.

Portanto, estamos muitíssimo preocupados com os números que temos neste momento, com os óbitos,

com o número de novos casos, mas quero dizer-lhes que também temos conseguido manter o ritmo de

testagem e até aumentá-lo. E isso tem sido feito graças a uma cooperação muito significativa entre vários

setores. Portanto, é a prova provada de que, haja capacidade de colaboração e haja meios, todos cá

estaremos para utilizar essa capacidade de colaboração.

O Serviço Nacional de Saúde realizou, juntamente com outros operadores, um milhão de testes em

novembro e um milhão de testes em dezembro, e realizou, em média, até agora, nestes dias de janeiro, 54 mil

testes. Continuamos todos os dias a aumentar a nossa capacidade de testagem, recorrendo a testes rápidos

de antigénio, e estamos agora a analisar a possibilidade de recurso a testes rápidos de saliva.

Portanto, não é por falta de meios, não é por falta de esforços, não é por falta de nos termos capacitado e

termos melhorado… É porque estamos a enfrentar uma doença que todos os dias tem a capacidade de se

transformar e que ainda não conhecemos completamente.

Daí continuarmos a estudar o que se prende com a variante inglesa, cujos desafios efetivos estão ainda

longe de ser totalmente conhecidos e continuarmos a apostar naquilo que é a solução de médio prazo, que

será a vacinação. Daí, também, termos conseguido vacinar, até agora, o número máximo de pessoas que

poderíamos vacinar, utilizando aquilo que é uma estratégia de reserva de uma parte das vacinas e termos

considerado que valia a pena, confiando nas empresas, que os senhores tantas vezes defendem, e acreditar

que vão cumprir os contratos que temos celebrado e que vão garantir que, na semana que vem,

continuaremos a ter entrega de doses que nos permitirá cobrir aquilo que vai ser a aposta numa maximização

do ritmo de vacinação em estruturas residenciais para idosos, de modo a conseguirmos proteger o mais

depressa possível os portugueses.

Este é um momento de união, este é um momento em que os portugueses, lá fora, estão à nossa espera.

Os próximos dias serão duríssimos! Por favor, ajudem-nos todos!