19 DE FEVEREIRO DE 2021
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O Deputado do PS, Bacelar de Vasconcelos.
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Relativa aos Projetos de Resolução n.os 238/XIV/1.ª e 763/XIV/2.ª:
O PAN vota a favor das iniciativas acima identificadas atento o seu objeto e o reconhecimento que fazem do
flagelo que constitui a obesidade.
Portugal ocupa o quarto lugar dos países da OCDE com maiores taxas de população com excesso de peso,
sendo que 62% dos portugueses/as se encontram em condição de obesidade ou pré-obesidade.
Não obstante o sentido de voto assumido, consideramos que o combate se faz essencialmente por via da
prevenção, não no final do processo, onde o sofrimento, o risco de doenças associadas e até a própria morte já
se podem ter instalado. Para o PAN, sem prejuízo das respostas necessárias para todos/as os que sofrem desta
doença, o foco deve ser na prevenção, integrando profissionais de nutrição e psicologia nas escolas, nas
autarquias, no SNS, nos equipamentos sociais. A verdade é que Portugal continua a investir muito menos do
que outros países europeus em saúde preventiva!
As políticas em saúde pública têm de assentar cada vez mais na prevenção, para podermos aí, de facto,
falar em combate à obesidade, minimizando os seus impactos em saúde, melhorando a qualidade de vida das
pessoas e garantindo maior sustentabilidade no SNS.
Palácio de S. Bento, 18 de fevereiro de 2021.
Os Deputados do PAN, André Silva — Bebiana Cunha — Inês de Sousa Real.
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Relativa ao Projeto de Resolução n.º 853/XIV/2.ª:
O PAN defende que a sustentabilidade do SNS deverá assumir-se na discussão de políticas que promovam
a saúde e vida saudável, prevenindo precocemente situações de doença, que inevitavelmente trarão desafios
na resposta que se quer célere e equitativa. A prevenção é a palavra-chave em todas as áreas da saúde.
Paralelamente, é fundamental que se reforce e melhore a rede de cuidados primários, garantindo médicos
de família a todas as pessoas e que se proceda ao devido reforço de recursos humanos no SNS nas suas
variadas especialidades. Importa, igualmente, garantir que a nível de infraestruturas os equipamentos são
adequados às necessidades e exigências locais, assim como que todas as valências no âmbito de consultas de
especialidade cumprem os prazos estipulados em tempo de resposta.
O SNS, que já antes apresentava fragilidades nas respostas aos cuidados de saúde, veio a ser extremamente
pressionado pelas respostas exigidas pelo contexto sanitário vivido desde março de 2020. O PAN defende um
SNS forte, o que se faz com a devida valorização dos seus profissionais, não lhes bastando aplausos, mas
tabelas salariais justas e atrativas, e por isso temos pugnado e continuaremos a pugnar. O Governo já teve
tempo para apresentar uma calendarização para resolver os problemas do SNS e optou por não o fazer.
Não temos dúvidas da mudança de paradigma que importa fazer na forma como priorizamos as políticas de
prevenção. No entanto, é urgente atender aos desafios em que nos encontramos em matéria de respostas a
outras patologias que não COVID-19.
Nesse sentido, considerando a excecionalidade do contexto e as graves consequências da falha de
respostas na prestação de cuidados de saúde e acompanhamento dos utentes, no constante adiamento de
cirurgias ou consultas, entende o PAN que deverá o Governo garantir mecanismos que permitam assegurar um
acesso equitativo à saúde, iniciar processos de conversação com entidades que prestam cuidados de saúde
quer sejam sociais ou privados, garantindo que se elaboram parcerias ou protocolos nos mesmos moldes em
que são realizados no setor público, por forma a assegurar que todas as pessoas têm igual acesso aos cuidados