I SÉRIE — NÚMERO 48
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proteção, promovendo a igualdade, a não-discriminação, a inclusão e a integração social, estaremos mais aptos
a recuperar a economia e o tecido social, sem deixar que se cristalizem novos desequilíbrios e exclusões.
Com o contributo da nossa Presidência, o instrumento de recuperação e resiliência está aprovado e em vigor.
Prosseguem as ratificações nacionais da decisão sobre recursos próprios e os programas do novo quadro
financeiro plurianual começam a chegar ao terreno.
Aplausos do PS.
É, pois, a altura de recordar que o modelo social é um dos motores principais do crescimento europeu e essa
é uma responsabilidade maior do nosso País, como presidência rotativa do Conselho da União Europeia.
Todavia, não é apenas na Europa que são exigentes as tarefas que temos pela frente. Na semana passada,
o Primeiro-Ministro formalizou a apresentação, por Portugal, da candidatura de António Guterres a um novo
mandato como Secretário-Geral das Nações Unidas.
Aplausos do PS.
Em dezembro passado, em resultado de outra candidatura nacional, Teresa Ribeiro foi designada
Representante da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) para a Liberdade dos Média.
Marta Santos Pais foi, agora, escolhida para a Comissão Internacional contra a Pena de Morte.
Somos, com a Suécia, os dois países da União Europeia que fazem parte do grupo de amigos em defesa da
democracia. Com o Canadá, somos os dois países do Norte campeões na aplicação do Pacto Global das
Migrações, para a Organização Internacional para as Migrações.
Pertencemos à Coligação para o Sahel e foi por nossa proposta que passou a haver presença europeia
permanente no Golfo da Guiné, cooperando com os países costeiros na preservação da segurança marítima.
É portuguesa a nova diretora-geral do departamento relativo à África, do Serviço Europeu para a Ação
Externa, e eu próprio liderei a missão política ao Maputo para averiguar das formas de apoio europeu a
Moçambique na estabilização da província de Cabo Delgado.
Aplausos do PS.
Estes são apenas alguns exemplos e um acrescento de responsabilidade internacional do nosso País.
Há, porém, uma dimensão e um tema em que essa responsabilidade tem um significado específico: a
cooperação com os países africanos de língua portuguesa e com Timor-Leste no combate à pandemia.
Iniciado no segundo semestre de 2020, o nosso programa de apoio a estes parceiros representa um
investimento que se aproxima agora dos 5 milhões de euros, em financiamento direto, equipamentos de proteção
individual, testes e materiais médicos, formação de profissionais e projetos de ação comunitária, realizados por
organizações não-governamentais para o desenvolvimento.
Vamos, agora, passar a uma nova fase deste programa, em que o apoio fundamental estará na vacinação.
O Governo já decidiu doar aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste 5% das vacinas que nos
tocam na aquisição europeia.
Aplausos do PS.
É que o combate à COVID-19 também se faz pela solidariedade com os que nos são mais próximos.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, quis colocar as palavras iniciais deste debate parlamentar sob o signo
das nossas responsabilidades e já me referi às que nos cabem no plano europeu, multilateral e da cooperação
internacional. Devemos, porém, acrescentar outras responsabilidades cruciais para a nossa política externa,
que compete ao meu ministério executar.
Refiro, em primeiro lugar, a promoção internacional da língua e cultura portuguesas. Mesmo nas condições
difíceis da pandemia, este é um encargo em que não podemos vacilar.
Em 2021, o número de cátedras de estudos portugueses, nos vários continentes, ascenderá a 53, enquanto,
em 2016, existiam 39.