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4 DE MARÇO DE 2021

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O Sr. Presidente: — Ainda no tempo do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno

Carvalho.

O Sr. Nuno Miguel Carvalho (PSD): — Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero cumprimentá-lo, bem como

ao Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado e Srs. Deputados.

Sr. Ministro, quando o oiço falar inglês, oiço-o a assumir culpas. Se calhar, deve falar inglês aqui no

Parlamento, porque o senhor, muito recentemente, assumiu culpas de decisões políticas mal tomadas. Então,

o senhor devia, pelo menos, aqui no Parlamento, ter uma postura igual à que tem lá fora. Aliás, Sr. Ministro, use

a sua velha máxima, se me permite dizê-lo: quando faz política externa, tenha em mente a política interna.

Ora, ter em mente a política interna é, de facto, pensar nas comunidades portuguesas e responder à pergunta

que aqui foi feita: como é que os portugueses que estão lá fora e não têm cobertura pela vacinação, e não são

poucos os países em que isso acontece, podem ou não ter apoio por parte do Estado português? O Sr. Ministro

tem ou não alguma resposta para esta questão? Isto é que é pensar em prioridade, isso é que é pensar nas

comunidades portuguesas.

Sr. Ministro, não é preciso lembrar que as comunidades portuguesas desempenham um papel fundamental

em toda a estrutura da política diplomática de Portugal e, mais do que isso, têm, como sabe, e bem, um peso

fundamental na nossa economia: Mais de 3 mil milhões de euros…. Aliás, perdão, 3,6 mil milhões de euros de

remessas das comunidades portuguesas chegam a Portugal.

Entrando no tema da diplomacia económica, gostava de lhe perguntar, lembrando, como disse, e bem, que

há uma quebra das exportações que é preciso recuperar, para não se perderem essas empresas de vez, se

existe ou não uma perspetiva de acompanhar as empresas exportadoras para recuperar o espaço nos mercados

que estão a desconfinar. Como sabe, temos de olhar para o nosso confinamento, mas nas exportações temos

de acompanhar o desconfinamento de outros países. Está ou não a ser feito algum trabalho nesse sentido?

Sr. Ministro, muitas políticas foram executadas neste País — a bem ou a mal, mas foram-no — com o dinheiro

das empresas exportadoras. Como sabe, de 30% para 44% de 2009 para 2019.

O Sr. Ministro negociou o Orçamento do Estado com o BE e com o PCP. Não o negociou apoiando estas

empresas exportadoras, mas usou o apoio que elas deram ao País. No mínimo dos mínimos, devíamos começar

a devolver.

Sr. Ministro, bem sabe que estas questões são fundamentais para responder àquele que deve ser o papel

da diplomacia económica em Portugal. Devemos ter também a economia na diplomacia e devo dizer-lhe que o

Orçamento do Estado, aprovado no passado mês de dezembro, quando já se sabia que iria aparecer uma

terceira vaga, dá claramente a entender que não foi preparado qualquer tipo de alívio para as empresas

exportadoras.

Verificou-se que havia incentivos fiscais que promoviam a ida das empresas a feiras internacionais. Ora, no

momento em que estamos, o Sr. Ministro acha que temos, do ponto de vista fiscal, condições para arrecadar

apoios para a presença em feiras internacionais? Não acha que temos de rever o apoio às empresas

exportadoras, face ao que está aprovado no Orçamento do Estado? Acha que estamos em condições de

conseguir apoiar as empresas para ir para os mercados que estão a desconfinar e recuperar as nossas

exportações?

Sr. Ministro, espero que seja claro nas suas respostas, espero que nos possa dar aqui o foco daquele que

deve ser o seu papel, porque Portugal precisa muito mais de um Ministério dos Negócios Estrangeiros que possa

dar resposta a questões como estas, para Portugal perceber, efetivamente, o que o Ministério dos Negócios

Estrangeiros pode fazer pelo País e que é muito mais do que tem feito até agora.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, muito

telegraficamente, quero dizer-lhe, primeiro, que não confunda, por favor, responsabilidade com culpa. Eu

assumo a responsabilidade de estar aqui neste debate; não assumo a culpa pela macedónia da sua intervenção.