12 DE MARÇO DE 2021
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Os portugueses têm memória de quem defendeu o quê e em que momento. Virem agora dizer que
discordaram só é possível num quadro de uma intervenção que tem como único objetivo a desresponsabilização
e o passa-culpas, que não é aquilo que se espera de um momento como o que estamos a viver.
Aplausos do PS.
Continuamos, como País, a trabalhar. Já foram administradas 1 078 763 vacinas, 306 420 em segunda dose,
e estes não são números quaisquer, são números que obedeceram a uma prioridade. Nós temos hoje todas as
pessoas dos lares, onde não há surtos ativos, vacinadas, todos os trabalhadores do SNS, uma larga maioria
dos profissionais de saúde, e esse trabalho está em curso.
Vamos chegar ao fim deste primeiro trimestre do ano com mais de 80% dos maiores de 80 anos vacinados,
com a vacinação a ser rápida para os maiores de 50 anos com morbilidades, para as forças de segurança, para
os serviços essenciais do Estado e também, agora, para as escolas.
Continuamos também a trabalhar nos testes, tendo já alterado as regras no sentido de que se testem todos
os contactos de cada positivo e não apenas os contactos de risco e lançando rastreios sempre que necessário,
começando pelas escolas já a partir deste mês. E esses rastreios são para continuar em vários setores.
Continuamos também a trabalhar, como fizemos até aqui, no reforço da capacidade de resposta do SNS, no
aumento das unidades de cuidados intensivos, na aquisição de EPI (equipamentos de proteção individual) para
diferentes setores, nos testes, no reforço das equipas de resposta às populações mais vulneráveis.
Controlar a pandemia e apoiar a economia foi algo referido aqui por todas as bancadas, e é isso que tem
vindo a ser feito, porque sem isso não teríamos abrangido tantas empresas, tantas pessoas, num volume
financeiro muito significativo e, obviamente, num contexto de crise como aquele que vivemos, não teríamos
terminado o ano de 2020 com 6,8 % de desemprego.
Os números do desemprego que Portugal tem, ainda que cada desempregado viva uma situação dramática,
são a prova de que as medidas de apoio à economia foram as medidas necessárias, estão a ser as medidas
necessárias. Hoje mesmo, são renovadas e alargadas, tendo também em conta os setores mais afetados pela
crise, como o turismo, a cultura, os setores sociais, a restauração ou o desporto.
Ao mesmo tempo, é necessário prosseguir noutras dimensões, como também estamos a fazer.
É necessário prosseguir o trabalho de recuperação, com a concretização do Plano de Recuperação e
Resiliência, dando resiliência ao SNS, enfrentando os problemas da habitação, renovando as respostas sociais,
apoiando a economia.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, temos hoje razões para encarar o futuro com mais confiança, porque
existem as vacinas e temos um calendário de vacinação à nossa frente e porque contamos, hoje, com mais
conhecimento científico.
Mas é preciso termos noção e termos consciência — e era assim que queria acabar — de que o processo
que vamos iniciar de levantamento de medidas é um processo lento, é um processo gradual e é um processo
que só poderá continuar a avançar nos calendários apresentados se continuarmos a cumprir os indicadores de
saúde. Não é um processo que possa corresponder a qualquer regresso à normalidade nos nossos tempos mais
próximos. E, um ano passado desta pandemia, já todos sabemos que é assim: só com os pequenos passos que
nos preparamos para tomar poderemos dar passos verdadeiramente sustentáveis neste caminho. É isso que o
Governo fará.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, terminado o debate, estamos, pois, em condições de passar à votação
do pedido de autorização de renovação do estado de emergência.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do PSD, do CDS-PP, do PAN e da Deputada
não inscrita Cristina Rodrigues, votos contra do PCP, do PEV, do CH, do IL e da Deputada não inscrita Joacine
Katar Moreira e a abstenção do BE.
Esta votação permite a renovação da declaração do estado de emergência.