12 DE MARÇO DE 2021
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estar a elaborar planos em cima do joelho, com base em propostas de especialistas apresentadas três dias
antes, incompatíveis entre si e sem ter em conta que as variáveis-chave desse plano serão influenciadas de
forma determinante pelo que se fizer ao nível da testagem, rastreamento e vacinação, será mais um erro na
gestão desta pandemia. Uma gestão da pandemia que parece ter passado de uma fase de confusão pela
desorientação para uma fase de parálise pela análise simbolizada bem pela recente proliferação de task forces
— é a task force da vacinação, é a task force da testagem e agora até a comunicação tem a sua task force.
E não é a primeira vez que o País assiste à destruição pela desorientação.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Faz hoje 46 anos que, a 11 de março de 1975, se deu início ao PREC (processo revolucionário em curso) de
inspiração comunista, um processo de destruição económica e social cujos custos ainda hoje pagamos e que
não há task forces que resolvam. Relembro a História para não repetirmos a história. No PREC de que Portugal
hoje precisa, o R é de recuperação, é de reformas, é de renovação. É de renovação da nossa ambição, mas
não é de renovação do estado de emergência.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.
A Sr.ª Joacine Katar Moreira (N Insc.): — Sr. Presidente e Srs. Deputados: Hoje desejo cumprimentar e
agradecer a todos os indivíduos e a todas as entidades que se empenharam e ainda continuam empenhados
na luta contra a COVID-19 e que hoje nos dão a hipótese de estarmos numa hora em que se pode dizer que já
estamos a vencer a pandemia.
Nestas épocas complicadas, dificílimas que vivemos e que se avizinham temos de ter atenção quando
partilhamos as mesmas ideias de Nação e de entidade com fascistas e com antidemocráticos. Isto porque é
preciso proteger a democracia e é preciso recordar que o fascismo vem sempre mascarado de boa vontade.
É preciso recordar que Portugal não é um País de conquistadores, Portugal é um País de trabalhadores e de
trabalhadoras, essenciais ou não essenciais, que precisam de maior reconhecimento, nomeadamente de maior
reconhecimento salarial.
É também preciso recordar que nós não somos um País de heróis, nós somos um País de heroínas, nós
somos um País de mulheres de várias idades, de várias origens, de mulheres que ainda hoje precisam de fazer
um esforço enorme para alcançar a dita igualdade, uma igualdade que é oficial mas que ainda não é uma
igualdade real.
É ainda necessário recordar que, neste momento, e sobretudo na era pós-COVID-19, precisaremos de zelar
pelas nossas instituições como nunca foi necessário desde o 25 de abril até hoje. É necessário zelarmos pela
democracia e é necessário unirmo-nos contra a manipulação fascista.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada não inscrita Cristina Rodrigues.
A Sr.ª Cristina Rodrigues (N Insc.): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Neste novo debate de renovação do estado de emergência, destaco a melhoria dos dados referentes à
propagação da COVID-19, revelando o sucesso do esforço coletivo dos portugueses.
No entanto, na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, não posso deixar de assinalar o
longo caminho que ainda temos a percorrer em matéria de igualdade de género.
Aproveito para homenagear os movimentos e as mulheres que lutaram e lutam ativamente por um mundo
mais igual, justo e livre.
Segundo o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), com o fecho das
escolas e as quarentenas sucessivas, os casos de violência de género aumentaram, com especial enfoque na
violência doméstica, chegando a atingir os 30% em alguns países.
De facto, a pandemia teve um impacto muito superior na mulher do que no homem, visto que esta se encontra
a trabalhar mais vezes num regime precário e, por isso, está mais exposta aos riscos.