I SÉRIE — NÚMERO 50
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Idanha-a-Nova, contribuindo assim para a coesão territorial e o desenvolvimento de toda esta região do interior
do país, 713/XIV/2.ª (PEV) — Autonomia administrativa, pedagógica e científica da Escola Superior de Gestão
de Idanha-a-Nova e 730/XIV/2.ª (PS) — Recomenda ao Governo que promova uma solução que salvaguarde o
projeto educativo da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova e do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Julgo que estão presentes alguns dos peticionários, a quem dirijo uma saudação em nome da Mesa.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Monteiro, do Grupo Parlamentar do Bloco de
Esquerda.
Pausa.
Peço às Sr.as e Srs. Deputados que estão de pé o favor de se sentarem ou então o favor de saírem e
conversarem lá fora para serem criadas as condições para o Sr. Deputado poder fazer a sua intervenção.
Pausa.
Sr. Deputado Luís Monteiro, julgo que já tem condições para poder intervir. Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Obrigado, Sr.ª Presidente.
Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero, antes de mais, em nome do Grupo Parlamentar do Bloco de
Esquerda, cumprimentar todos e todas as peticionárias que, sendo ou não diretamente de Idanha-a-Nova,
participaram num processo muito importante em defesa desta escola superior.
Aproveito também, ao mesmo tempo, para cumprimentar aqueles e aquelas peticionárias que hoje, mesmo
num período difícil de confinamento e de pandemia, não deixaram de nos acompanhar, aqui, nos trabalhos da
Assembleia da República e a quem, por isso, dirijo um cumprimento muito especial, em nome do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Bloco de Esquerda e o seu grupo parlamentar tiveram oportunidade de reunir não só com a direção da
escola superior mas também com as organizações representativas dos estudantes da Escola Superior de
Gestão de Idanha-a-Nova.
Não faz sentido romper com um percurso de mais de 30 anos, que o País e a sociedade portuguesa
assumiram como um dos compromissos essenciais para a democratização do acesso ao ensino e que é
justamente o alargamento da sua base de apoio. Esse alargamento da sua base de apoio faz-se,
essencialmente, na garantia de que o ensino superior está em todo o território nacional, continente e ilhas.
Portanto, como estava a dizer, Sr.ª Presidente, não faz sentido romper com essa lógica.
O pré-anúncio do encerramento da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova seria, na verdade, um
perigo não só para o percurso deste politécnico, como para o esforço de dezenas de docentes, de investigadores
e de centenas de estudantes que, durante todos estes anos, ergueram um importante polo de conhecimento e
de espírito crítico em Idanha-a-Nova e em toda a região, como é bem conhecido.
Portanto, o que precisamos hoje é, em primeiro lugar, de pôr em causa esse pré-anúncio, em segundo lugar,
defender o percurso, a trajetória e também o património de conhecimento que a Escola Superior de Gestão de
Idanha-a-Nova construiu ao longo destes anos, e, em terceiro lugar, garantir — esse, sim, é que deve ser
também o papel da Casa da democracia, a Assembleia da República — que existem os instrumentos
necessários não só para um cabal financiamento do ensino politécnico em Portugal e da Escola Superior de
Gestão de Idanha-a-Nova, em particular, mas também dos instrumentos necessários para a continuação do bom
trabalho que têm vindo a desenvolver.
As escolas superiores e os institutos superiores politécnicos, se me permite, Sr.ª Presidente, apenas num
comentário final, têm tido um papel essencial no combate à desertificação nos territórios de baixa densidade
populacional. A Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova não é uma exceção a essa regra é justamente a
garantia de que a mesma faz sentido.
Por isso, mais uma vez, não podemos continuar a ter um conjunto de debates, todos eles relevantes, na
Assembleia da República, sobre a importância do investimento em serviços públicos, numa economia territorial
que responda às necessidades das pessoas, numa economia baseada no conhecimento e na garantia da