12 DE MARÇO DE 2021
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A Sr.ª Claúdia André (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Cumprimento os signatários que
subscreveram a petição reclamando pela autonomia e sede da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova,
que nasceu pela mão do, então, Primeiro-Ministro Aníbal Cavaco Silva e se reestruturou por decreto do Primeiro-
Ministro António Guterres.
Em 1990 foram confiadas diversas missões à, então, Escola Superior de Tecnologia e Gestão,
nomeadamente, a administração de cursos de especialização de quadros de empresas, a realização de projetos
de investigação aplicada em cooperação com a comunidade empresarial, o apoio técnico a empresas e
instituições, a assistência e orientação para o seu desenvolvimento industrial.
Foram estas algumas das premissas que fortaleceram o projeto «Escola Superior de Gestão de Idanha-a-
Nova», uma escola criada para dotar toda a região de serviços que desenvolvessem empresas, entidades e
instituições. Efetivamente, o tecido económico e social da região tem beneficiado da sua influência.
A Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova assume-se, assim, como um motor de crescimento e
desenvolvimento económico e um fator de fixação na região da população em idade ativa, cumprindo-se, assim,
uma das funções que se espera das instituições de ensino superior, ou seja, dotar os territórios e os seus agentes
de ferramentas e conhecimento através de formação contínua, qualificação profissional, transferência do
conhecimento para as empresas, instituições e sociedade, fixando, assim, população e atividades económicas.
Louvamos o Instituto Politécnico de Castelo Branco por todo o trabalho desenvolvido ao longo destes anos,
lutando com afinco para que este desígnio se concretize no distrito.
O PSD entende a necessidade da sua reestruturação, pressionada pelos novos desafios científicos e
académicos e pela imposição que o atual Governo propôs como moeda de troca do reforço financeiro necessário
ao equilíbrio da instituição.
Num tempo em que o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior aposta na «democratização
espacial», instamos a que coloque os pés na terra, que chegue aos territórios mais despovoados e encontre
soluções que garantam, simultaneamente, a sustentabilidade financeira e a atualização do Instituto Politécnico
de Castelo Branco, assim como a manutenção da autonomia e a permanência em Idanha-a-Nova da sede da
Escola Superior de Gestão, contribuindo, assim, para a coesão territorial e o desenvolvimento de toda esta
região do interior do País.
O distrito necessita do Instituto Politécnico de Castelo Branco, das suas sinergias, dos seus serviços, do seu
conhecimento, para potenciar todo o território. No entanto, o sistema funciona em simbiose: o Instituto
Politécnico de Castelo Branco também precisa da região e será tanto mais forte quanto mais pujante esta se
revelar.
Estamos em tempos de nos unir, de acrescentar, de reerguer, de fortalecer o interior do País e o País. Não
podemos render-nos às dificuldades, precisamos de emprego qualificado, de empresas consistentes e
inovadoras para fixar população e as instituições do ensino superior serão cruciais para o conseguirmos.
Assim, a Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, o Instituto Politécnico de Castelo Branco e a
Universidade da Beira Interior serão decisivos para o desenvolvimento do distrito de Castelo Branco, do interior
e de todo o País.
Demonstrado o amplo consenso político quanto às questões da sede e da autonomia da Escola Superior de
Gestão de Idanha-a-Nova, a partir das seis iniciativas trazidas à discussão de hoje, as quais acompanharemos,
todas, há que construir pontes de entendimento, encontrando soluções que sejam equilibradas e que sirvam o
território, os nossos jovens, as nossas populações, as nossas empresas, porque, sim, servir o interior do País
também é servir todo o País.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva, do
Grupo Parlamentar de Os Verdes.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As instituições de ensino superior,
em particular os politécnicos, têm vindo a atravessar grandes dificuldades, em resultado de sucessivo
desinvestimento da parte de vários Governos, como é o caso dos politécnicos de Castelo Branco, Santarém e
Tomar.