14 DE MAIO DE 2021
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A Sr.ª Ministra da Coesão Territorial: — O que está no Programa do Governo é aumentar as competências das comissões de coordenação e desenvolvimento regional e aumentar a descentralização dos municípios.
Portanto, consideramos absolutamente fundamental aumentar a descentralização para os municípios, bem
como aumentar o poder, as competências e a autonomia das regiões.
Como me foram colocadas várias questões relacionadas com as portagens, queria dizer que, como sabem,
a medida aprovada no Orçamento do Estado tem implicações orçamentais pesadas. Mesmo em pleno período
de confinamento, foi público e noticiado que, no primeiro trimestre, felizmente, as famílias e as empresas
pouparam 2,6 milhões de euros. Portanto, foi uma decisão que foi tomada e aprovada no Orçamento do Estado.
Já esclareci que, da análise jurídica que foi feita, se concluiu que as normas não são inconstitucionais mas têm
grandes implicações, nomeadamente o peso destas implicações no orçamento do Ministério das Infraestruturas
e da Habitação tem de ser reavaliado e temos de encontrar compensações.
Neste momento, o Governo e os principais Ministérios envolvidos — o Ministério da Coesão Territorial e o
Ministério das Infraestruturas e da Habitação, incluindo, naturalmente, o Ministério das Finanças — estão a
avaliar e a estudar este processo. Estamos a avaliar diferentes soluções para, naturalmente, implementar uma
medida aprovada no Orçamento do Estado e que já concluímos que era constitucional. Portanto, neste momento,
o Governo está a trabalhar para encontrar soluções para poder implementar a redução das portagens, tal como
foi aprovada nesta Assembleia da República.
Devo dizer que nunca ouviram esta Ministra dizer que isto não era do Ministério. O problema é que o
Ministério da Coesão Territorial não pode ser o Ministério da Agricultura, não pode ser o Ministério das
Infraestruturas e da Habitação, não pode ser o Ministério da Saúde. Naturalmente, quando os problemas são
levantados, articulamo-nos com esses Ministérios.
No que toca às ligações ferroviárias, continua a ser uma prioridade do Governo termos ligações ferroviárias
com todas as capitais de distrito. Continuam a ser uma prioridade deste Governo não só as ligações ferroviárias
internas como as ligações internacionais, não só no corredor atlântico, mas também no corredor sul e no corredor
da Beira Alta.
Portanto, até noutras temáticas que nos foram colocadas, e estou a falar, nomeadamente, na Linha do Douro,
este Ministério está a trabalhar numa solução, com o Ministério das Infraestruturas e da Habitação — foi
aprovada, aqui, na generalidade, por unanimidade, a conclusão da Linha do Douro — e com a comunidade
intermunicipal.
Em relação ao problema da água e do ambiente, Sr.ª Deputada, nunca como hoje o Ministério ou o Governo
tiveram tantas preocupações. Temos previsto um plano hidrográfico para o Algarve, que envolve 200 milhões,
mas temos também previstos projetos específicos, nomeadamente entre o Alentejo e o Algarve, que visam esta
temática da água.
Quanto à questão das zonas de risco ou dos atlas de risco, estão, neste momento, a ser feitos pelas
comunidades intermunicipais, inclusive financiadas por este Ministério, através dos programas operacionais
regionais.
Em relação ao peso e à ginástica, responderei na segunda parte, mas, Sr. Deputado, não se preocupe com
a boa forma do Ministério nem da Ministra.
Aplausos e risos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos, então, entrar na segunda série de pedidos de esclarecimento, que são 10, e começamos com a Sr.ª Deputada Cláudia André, do Grupo Parlamentar do PSD.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Cláudia André (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, o interior do País é o território mais valioso de Portugal.
Os pais e os avós da maioria dos habitantes das grandes cidades encontram-se no interior. Ali, preserva-se
a natureza, produz-se energia e conserva-se a água como em nenhuma outra região do nosso País. Ali,
preserva-se o património imaterial da identidade do «ser português» como em nenhum outro lugar do mundo e
respeita-se o «outro» como poucos fazem.