O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 65

24

A tecnologia 5G é crítica no comboio da transformação digital. Como em todas as outras vagas tecnológicas,

quem toma a dianteira, normalmente, ganha vantagem. Portugal fica, assim, no apeadeiro deste TGV (train à

grande vitesse), com a agravante de que, nas zonas do interior, nem apeadeiros há.

Que garantias, Sr.ª Ministra, pode dar às localidades do interior de que não vão ficar sem cobertura 5G, como

já ficaram sem comunicações móveis, sem internet e até sem TDT (televisão digital terrestre)?

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Lopes (PSD): — Ainda está presente a notícia da Leonor, da aldeia de Serapicos, no concelho de Vimioso, que teve de andar verdadeiramente «à caça» de internet para poder assistir às aulas, neste último

confinamento. Mas, sabe, Sr.ª Ministra, quantas «Leonores» existem no interior do País?!

E as empresas e os serviços públicos?! Conceitos como a internet das coisas, nuvens e inteligência artificial

possibilitam que as empresas, independentemente das suas diferentes localizações, possam trabalhar em

equipa, em tempo real.

O discurso do mais coeso, do mais digital, do mais x, do mais y, do mais z, do mais, mais, mais, é repetitivo,

mas o meu e nosso interior, Sr.ª Ministra, tem cada vez menos, menos, menos.

Sr.ª Ministra, uma última questão: desde o início deste Governo, quantos serviços públicos e quantos

funcionários já foram deslocalizados das grandes áreas metropolitanas para o interior? Quantos e quais se prevê

deslocalizar até ao fim do mandato?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PCP, o Sr. Deputado João Dias, para um pedido de esclarecimento.

O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Ministra da Coesão Territorial, Srs. Secretários de Estado, quero referir-me à importância dos serviços públicos no combate à desigualdade

territorial e, em concreto, ao Serviço Nacional de Saúde.

Todos sabemos a importância que o Serviço Nacional de Saúde tem para a coesão territorial. A Sr.ª Ministra

referiu-se a essa mesma importância apresentando a solução da desresponsabilização da administração central

desse importante serviço nacional relativamente às autarquias.

O caminho, na opinião do PCP, não pode ser esse, nem pode ser aquele que tem sido seguido pelos

sucessivos Governos do PSD, do CDS e também do PS, com o consentimento do PS e do atual Governo. Falo

do caminho de fragilização do Serviço Nacional de Saúde, do seu subfinanciamento até à sua privatização final.

É com isso que não concordamos, porque o Serviço Nacional de Saúde não pode ser um negócio. Temos

de ver o Serviço Nacional de Saúde enquanto elemento decisivo na proximidade às populações, garantindo o

seu acesso à saúde, pela via da melhoria da sua qualidade de vida.

É nesse sentido que apontamos os problemas que precisamos de resolver. Estes só se resolvem

promovendo, desde logo, a abertura das extensões de saúde encerradas com a desculpa da pandemia e que

agora tão importantes são, até para contrariar a concentração de pessoas nas sedes de concelho, promovendo

a construção de novos hospitais — dou o exemplo do Hospital Central do Alentejo — e, também, com o benefício

dos hospitais existentes, investindo em equipamentos e na melhoria das infraestruturas.

Em relação à valorização dos profissionais de saúde e das suas carreiras, Sr.ª Ministra, é preciso criar mais

serviços de proximidade.

O PCP tem propostas, Sr.ª Ministra, que respondem às necessidades das populações, dos territórios, de

reforço do Serviço Nacional de Saúde e dos serviços públicos em geral. Por isso, Sr.ª Ministra, pergunto-lhe se

está disposta a acompanhar o PCP nas soluções que tem trazido a esta Casa para responder às questões do

Serviço Nacional de Saúde e dos serviços públicos.

Aplausos do PCP e do PEV.