8 DE JULHO DE 2021
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moratórias, do emprego, da competitividade do emprego, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que
não aposta, verdadeiramente, na manutenção do emprego e na criação de mais postos de trabalho.
Sr.as e Srs. Deputados, o Bloco de Esquerda, se responder às perguntas que vou fazer, irá, certamente, dar
uma ajuda à solução dos problemas dos trabalhadores da Altice. As perguntas são: que ideias tem o Bloco de
Esquerda, neste debate, para partilhar com o País sobre a forma como vai segurar os postos de trabalho neste
período de pandemia? Como vai implementar a criação de mais e melhor emprego?
Se o Bloco de Esquerda conseguir contribuir, também estará, naturalmente, a ajudar os trabalhadores da
Altice, que nós reconhecemos que estão a passar por um período extremamente complicado no País, à
semelhança de outras situações de que o Governo tem de ter consciência que podem vir a ocorrer e que temos
de evitar.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, a Sr.ª Deputada Rita Borges Madeira, do Grupo Parlamentar do PS.
A Sr.ª Rita Borges Madeira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados, Sr. Deputado José Moura Soeiro, queria começar por agradecer ao Bloco de Esquerda a pertinência deste debate
de urgência.
Principalmente no momento em que vivemos e depois de um ano e meio a viver numa situação complicada
de saúde pública, que implicou uma crise social e económica, da qual estamos a começar a assistir a alguma
retoma, é muito preocupante ouvirmos falar em despedimentos coletivos.
Com o esforço dos trabalhadores, dos empregadores e das medidas do Governo, a taxa de desemprego,
mesmo no auge da crise, manteve-se abaixo da média da zona euro e da União Europeia.
Este debate é sobre a Altice e o despedimento coletivo que pretende levar a cabo em relação a cerca de 300
trabalhadores, bem como sobre a contratação de outros trabalhadores para, alegadamente, preencherem os
postos de trabalho deixados vagos por estes, podendo esse facto consubstanciar um despedimento ilegal. E
digo «alegadamente» porque, apesar da grande vontade de cada uma das 230 pessoas que se sentam neste
Hemiciclo, a verdade é que não nos cabe a nós verificar que assim é.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Rita Borges Madeira (PS): — Srs. Deputados, o Governo e o Parlamento trabalham todos os dias, dentro das suas atribuições, para criar as condições económicas, sociais e de confiança para garantir um
mercado de emprego cada vez mais forte, dinâmico e estruturado.
Há uma semana, debatemos aqui — e iremos continuar a fazê-lo — o combate à precariedade, porque este
é um combate central por uma sociedade mais digna e justa e uma das variáveis mais determinantes nos
projetos de vida dos jovens.
Debatemos e continuaremos a debater o trabalho digno, as novas formas de relações laborais, o direito a
desligar, a conciliação entre a vida familiar e a vida profissional.
O Partido Socialista está e estará sempre, como não poderia deixar de ser, ao lado dos trabalhadores, ao
lado da lei,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E vai daí?…
A Sr.ª Rita Borges Madeira (PS): — … e continuaremos a trabalhar e a lutar, como até aqui, por mais emprego qualificado, por mais emprego estável, por melhores remunerações e por uma segurança social
robusta que, em momentos de crise como este, saiba estar à altura do que os portugueses esperam dela.
Juntos, com o empenho e a determinação de todos, venceremos esta crise e não admitiremos que a situação
pela qual as nossas empresas e os nossos trabalhadores estão a passar possa servir de desculpa para encobrir
situações de ilegalidade laboral.