I SÉRIE — NÚMERO 90
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, muito obrigado. Em primeiro lugar, não se trata de transferir de um lado para o outro. Tínhamos 19 milhões de euros, por
exemplo, na saúde mental, no Orçamento e o que estamos a acrescentar, no Plano de Recuperação e
Resiliência, são mais 85 milhões de euros. Portanto, não é mais do mesmo, é acrescentar e reforçar, para
permitir ir mais além e mais rapidamente do aquilo que estava previsto.
Quanto à dedicação plena, vamos mesmo avançar agora, no quadro do Estatuto do Serviço Nacional de
Saúde, que estamos a elaborar.
Em terceiro lugar, em relação ao número de profissionais, precisamente porque sabemos que os profissionais
são necessários, aquelas contratações que foram precárias podem tornar-se vinculadas, mediante os concursos
que, neste momento, já estão abertos e que permitem a integração de todos eles.
Portanto, estamos a cumprir o que está estabelecido no Orçamento do Estado, ou seja, a contratação de
4366 profissionais só neste ano.
Relativamente ao trabalho, não, não é de agora a preocupação. Demos seguimento a um processo, foi
apresentado um livro verde, houve um debate e chegou, agora, o momento de avançarmos. Foi isso que a Sr.ª
Ministra hoje fez, no Conselho Permanente de Concertação Social, e vamos avançar, porque é necessário
legislar e já.
Por fim, relativamente ao apoio extraordinário à redução da atividade, Sr.ª Deputada, como se recorda,
quando foi votado o Orçamento, ninguém tinha a expectativa de termos um novo encerramento das atividades
em janeiro. Quando isso aconteceu, repusemos todos os anteriores instrumentos que, entretanto, tinham
desaparecido. Por isso, ao conjunto de pessoas que recorreu ao apoio extraordinário, temos de somar as
pessoas que recorreram aos apoios que tinham deixado de existir e que voltaram a existir.
Portanto, não só respondemos às 250 000 pessoas de que o Bloco de Esquerda falava, mas a 270 000, que
foram e estão a ser apoiadas, mediante estes mecanismos.
Aplausos do PS.
Estes mecanismos estão precisamente previstos para, de forma gradual, permitir ir assegurando a proteção
permanentemente. Quem perde o subsídio de desemprego tem acesso ao subsídio social de desemprego; quem
perde o subsídio social de desemprego tem acesso ao apoio extraordinário e, ao fim destes 6 meses do apoio
extraordinário, pode prosseguir no apoio extraordinário, mediante condições de recursos, e assim
sucessivamente.
Mas, verdadeiramente, a medida mais eficaz que podemos adotar é mesmo a medida de apoio ao trabalho.
O relatório do Banco de Portugal é muito claro: graças às medidas que adotámos e, em particular, ao layoff
simplificado, que hoje paga a 100% o vencimento dos trabalhadores, evitámos que o desemprego tivesse sido
o dobro daquilo que foi.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Exatamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Hoje, felizmente, a dinâmica económica tem sido de redução do desemprego e, nos últimos três meses, ele tem vindo a reduzir. Só do mês passado para este mês, 24 000 pessoas saíram do
desemprego e voltaram à atividade.
Isto quer dizer o quê?! Quer dizer que temos de continuar a incutir confiança na sociedade, continuar a incutir
confiança para o investimento, continuar a incutir confiança na atividade das empresas e na sua capacidade de
manter e criar postos de trabalho.
Essa é a batalha que temos e a que temos de ganhar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Grupo Parlamentar do PCP, através do Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, para pedir esclarecimentos.