22 DE JULHO DE 2021
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Esse facilitismo é evidente na educação, por exemplo, onde o atual Ministério, em cada passo que dá, desvaloriza a exigência, nivela por baixo a qualidade e o mérito dos alunos e dos
professores.
Aplausos do PSD.
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
Sr. Deputado, depois, fará as perguntas e eu explicarei.
Continuação de protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
Muito obrigado. Estou disponível para lhe explicar.
Desde a abolição dos exames à falta de planeamento para a recuperação das aprendizagens perdidas,
devido à pandemia, passando pela pressão que tem sido feita junto das escolas para que os alunos passem,
mesmo sem preencherem os mínimos, tudo concorre para o mesmo efeito. E esse efeito é o enorme prejuízo
que o facilitismo socialista traz para a vida futura dos nossos jovens.
É o futuro de todos nós que está em causa, Srs. Deputados!
O passo mais recente desta política de irresponsabilidade e de desprezo pelo futuro da sociedade, em geral,
e dos alunos, em particular, foi a abolição das metas curriculares que o Governo acabou de determinar no início
deste mês.
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
Mais um passo no sentido de sempre, a desvalorização do conhecimento, do rigor e da organização.
Sabemos, também, que, a breve prazo, irá haver uma preocupante falta de professores, com a saída para a
reforma de muitos dos atuais efetivos. Ainda assim, nada tem sido feito para repor a valorização da profissão
docente. Bem pelo contrário, o que se tem feito é contribuir ainda mais para o seu desgaste e a sua
desmotivação.
É evidente que é muito mais agradável facilitar do que exigir e planear, mas a qualidade do governante mede-
se, justamente, pela sua firmeza e pela sua coragem em tomar as medidas que o futuro nos exige e não aquelas
que o comodismo e o «porreirismo» reclamam.
Aplausos do PSD.
Também na administração interna se sucedem os exemplos de descoordenação e de falta de rigor, como
seja o caso da morte de um cidadão ucraniano nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, os
anárquicos festejos do campeonato nacional de futebol, o caos na final da Liga dos Campeões, a falta de
condições de higiene e de trabalho dos cidadãos imigrantes no Alentejo, a invasão de propriedade privada em
Odemira, e podíamos continuar. São demasiados exemplos que atestam sobremaneira a completa
descoordenação que hoje impera no Ministério da Administração Interna. É, aliás, no meio deste desnorte que
o Governo resolve extinguir o SEF, não porque esta opção se justifique estrategicamente, mas porque o Governo
teve necessidade de encontrar um bode expiatório para o que de inadmissível aconteceu nas instalações deste
serviço.
Aplausos do PSD.
Os governantes governam mal, os serviços e os funcionários é que pagam, pois claro!
O que a realidade nos impõe é o reforço do SEF, de molde a dotá-lo da indispensável capacidade para
resolver o muito deficiente controlo das fronteiras da União Europeia em território português.