I SÉRIE — NÚMERO 3
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Para terminar, Sr. Presidente, estes projetos de lei são mais um exemplo disso, são propostas
desequilibradas, com falta de bom-senso e inoportunas. Por isso, o PSD não as poderá acompanhar.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Diogo Pacheco de
Amorim.
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Sr. Presidente, o minuto de que disponho não dá para dizer
muito do que aqui teria de ser dito sobre este assunto, mas deixo quatro notas.
Os grandes grupos financeiros ligados ao imobiliário são uma parte irrisória do mercado de arrendamento
nacional. Os inquilinos em dificuldades podem, e devem, contar com o apoio do Estado durante o período de
dificuldade. Estes projetos de lei do PCP e do BE representarão, a prazo, a total destruição do mercado de
arrendamento. Compreende-se o objetivo real, que será o destruir o mercado de arrendamento privado e de
colocar o Estado como único senhorio. Todos nós sabemos os resultados desastrosos desta solução, sempre
que foi seguida.
Espero que não seja seguida em Portugal.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, antes do encerramento
deste ponto, a Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Srs. Deputados Pedro Morais
Soares e Márcia Passos, já em 2018, a ex-Deputada Assunção Cristas e o atual líder do Partido Social
Democrata reconheciam que a lei que haviam criado em 2012 já não fazia sentido.
Aliás, posso citar a declaração do próprio Sr. Deputado Rui Rio: «Tem de haver alguma estabilidade no
arrendamento, sob pena de ser um inferno para as pessoas, que têm de estar permanentemente a mudar de
casa». Ora, pergunto ao CDS e ao PSD se querem regressar a 2012 e penalizar as pessoas, no âmbito em
que o fizeram,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, peço-lhe para concluir.
A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — … dizendo que os resultados dolorosos que conhecemos, Sr.
Presidente, e para terminar, foram de facto aqueles que fizeram correr suor e lágrimas a vários inquilinos neste
País, que, desde 2012, a lei do arrendamento não tem vindo a proteger.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para o encerramento deste ponto, o Sr.
Deputado Bruno Dias, do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sr.ª Deputada Márcia Passos, para
quem tem, basicamente, como proposta e linha política apostar no aumento das rendas e dos despedimentos
selvagens, desenvolveu aqui uma teoria que era desnecessária.
Vozes do PSD: — Oh!...
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mas há uma, eu ia dizer mentira, mas posso dizer uma falta à verdade, que a
Sr.ª Deputada aqui proferiu que tem que ver com a imputação que fez ao PCP da intenção de permitir o não
pagar as dívidas porque não se quer.
Ora, estamos a falar de dívidas fundamentadas e, portanto, a Sr.ª Deputada, sabendo como sabe, faltou
deliberadamente à verdade neste debate e não podemos deixar passar isso em claro.