I SÉRIE — NÚMERO 3
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em 1978, ano a partir do qual teve um papel determinante no desenvolvimento de muitos e variados projetos
educativos do concelho.
Envolveu-se, logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, na atividade política, tendo sido eleito para a
Assembleia Municipal de Mortágua em 1976, e, em 1979, foi eleito vereador na Câmara Municipal de
Mortágua, cargo que exerceu até 1989, altura em que foi candidato e eleito, pelo círculo de Viseu, Deputado à
Assembleia da República, onde integrou a Comissão de Educação, Ciência e Cultura.
Em 1990, candidata-se e é eleito presidente da Câmara Municipal de Mortágua, cumprindo 23 anos
consecutivos de mandato. Nessa qualidade, é eleito para o Conselho Geral da Associação Nacional dos
Municípios Portugueses, onde desempenha várias funções. Enquanto autarca integrou, entre outros
organismos e entidades, o Conselho Nacional de Educação e a Comissão Executiva da Região de Turismo do
Centro, sendo, ainda, membro fundador da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão. Entre
2013 e 2017 foi o presidente da Assembleia Municipal de Mortágua.
Envolveu-se civicamente ao longo de toda a sua vida no trabalho de diversas entidades e movimentos
ligados ao desenvolvimento do território, à ação social, à cultura, ao desporto e à educação, nunca tendo
abdicado da sua paixão pela escola, exercendo várias funções em diversos estabelecimentos de ensino do
concelho, tendo sido, designadamente, o fundador da Associação de Pais e Encarregados de Educação de
Mortágua.
Na qualidade de militante do Partido Socialista, Afonso Abrantes desempenhou diversos cargos partidários,
destacando-se os de presidente da Comissão Política de Mortágua, presidente da Comissão Política Distrital
de Viseu e membro da Comissão Nacional.
Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória de
Afonso Abrantes, professor e político, endereçando as suas sentidas condolências à família e amigos.»
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba
de ser lido.
Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.
Srs. Deputados, passamos ao Projeto de Voto n.º 665/XIV/2.ª (apresentado pelo PCP) — De pesar pelo
falecimento de José Manuel Carreira Marques.
Peço à Sr.ª Secretária Sofia Araújo o favor de proceder à respetiva leitura.
A Sr.ª Secretária (Sofia Araújo): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:
«José Manuel Carreira Marques faleceu no passado dia 6 de agosto, aos 77 anos de idade.
Natural de Falagueira, no concelho de Amadora, aos 15 anos fixou-se em Beja, cidade a que chamou ‘a
sua cidade’ e onde viveu até ao seu falecimento.
Militante do PCP desde 1974, técnico de contas de profissão, foi eleito Deputado do PCP à Assembleia
Constituinte e à Assembleia da República pelo círculo de Beja, entre 1976 e 1982. Em 1983, foi eleito
presidente da Câmara Municipal de Beja, cargo que ocupou até outubro de 2005.
Carreira Marques, homem de Abril e da cultura, empenhado em diferentes tarefas e responsabilidades
assumidas ao longo da vida, deu um enorme contributo ao serviço do município e da região, permitindo a Beja
crescer e desenvolver-se nas mais diversas áreas.
Desempenhou ainda outras funções, nomeadamente as de presidente do Conselho Fiscal da Associação
Nacional de Municípios Portugueses e presidente da Assembleia Distrital de Beja.
Foi redator do extinto jornal O Camponês. Colaborou nas rádios locais, Rádio Voz da Planície e Rádio Pax,
no jornal Diário do Alentejo e na revista Mais Alentejo, com mais de uma centena de crónicas.
Foi autor de livros de crónicas e de poesia, tendo editado, em 2001, o livro Crónicas de Ocasião e, no
mesmo ano, o primeiro livro de poesia (In)certos Instantes. No final de 2005, voltou à poesia com o livro O Sol
Incendiado e, em 2006, Cristal da Pele — Poemas por Dentro das Mãos.
A melhor forma de honrar a memória e a vida de Carreira Marques será a de dar continuidade aos valores
e ideais pelos quais lutou toda a sua vida.