I SÉRIE — NÚMERO 11
16
saúde — como o caso de uma situação de doença em que há um trabalhador consular dos serviços periféricos
externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros que deixa de ter acesso à proteção na saúde —, se todas
essas questões, estão resolvidas e se, também por essa via, podemos contar não apenas com o compromisso
mas com a ação concreta do Governo no sentido de melhorar e reforçar a capacidade de resposta da rede
consular às necessidades dos portugueses no estrangeiro.
Queria ainda dizer que, mais do que estarmos interessados em saber se a rede consular é ou não um
instrumento de nomeações políticas e de satisfação partidária dos interesses de quem está no Governo,…
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — … — concluo, Sr. Presidente —, como anteriormente resultava das intervenções feitas, particularmente pelo Partido Socialista, gostaríamos de saber, sobretudo, se o Governo está
em condições de corresponder às verdadeiras exigências da comunidade portuguesa no estrangeiro, que
consistem em saber se têm ou não melhores serviços através dos postos consulares.
Aplausos do PCP e do PEV.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Lara Martinho, do Grupo Parlamentar do PS.
A Sr.ª Lara Martinho (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Quero saudar o PSD pelo agendamento desta apreciação
parlamentar sobre o novo Regulamento Consular, porque ele permite reforçar dois aspetos importantes: o
primeiro é esclarecer as questões do PSD, o segundo, e para nós mais relevante, é evidenciar as mais-valias
que este novo Regulamento Consular traz.
Ora, quanto ao primeiro ponto, julgo que, nesta altura do debate, já é claro que a reclassificação dos vice-
consulados tem como objetivo o reforço do número de postos de carreira na rede consular portuguesa e, como
consequência, a profissionalização e o melhoramento do serviço que é prestado às nossas comunidades.
Quanto ao segundo aspeto — no nosso entender, o mais relevante e que foi completamente ignorado pelo
PSD —, este novo Regulamento Consular permite implementar o novo modelo de gestão consular que vai
transformar profundamente o serviço prestado às nossas comunidades, diria mesmo que vem quase
revolucionar este serviço.
Isto porque falamos de serviços consulares que eram, na melhor das hipóteses, prestados das 9 horas às 17
horas e passam a ser prestados 24 horas por dia. Serviços consulares prestados de segunda a sexta-feira
passam a estar disponíveis 365 dias por ano. Serviços consulares que estavam a muitos quilómetros de
distância passam a estar à distância de um clique no computador a partir de qualquer parte do mundo.
Se resolve todas as situações, não, não resolve, sabemos que não. Mas é este caminho de investimento, de
desburocratização, de modernização, de inovação tecnológica, que, aliás, tem sido uma marca do Partido
Socialista, que queremos continuar a trilhar.
A conclusão a que chegamos é que o PSD, por outro lado, prefere ficar agarrado ao passado, sem respostas
aos reais problemas das comunidades.
Para concluir, Srs. Deputados, quero reforçar que este novo Regulamento Consular significa uma mudança
de paradigma na forma como damos resposta às necessidades dos nossos emigrantes espalhados pelo mundo.
É um passo decisivo na adaptação da estrutura consular às novas realidades e necessidades das nossas
comunidades. Porém, temos de continuar a investir para assegurar que os problemas que as nossas
comunidades sentem são ultrapassados. É este o compromisso que reafirmamos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.