I SÉRIE — NÚMERO 16
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O Sr. Adão Silva (PSD): — É paixão!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — O divórcio aconteceu ontem e, hoje, tenta o namoro. Acho um bocadinho tarde. Vamos ver!
Sr. Deputado Jorge Costa, os senhores deviam vir ao Parlamento, perante os portugueses, explicar por que
motivo têm essa atitude em relação ao Orçamento, em relação ao País. Por que razão estiveram na geringonça
até agora, no ano passado resolveram divorciar-se da geringonça e este ano voltam a votar contra este
processo?
A obrigação de ter um Orçamento do Estado compete ao Governo, sem dúvida, mas os senhores estiveram
nesta solução e, agora, resolveram sair. Expliquem aos portugueses!
Garanto-vos uma coisa, ou, pelo menos, a minha perceção é essa — não tenho a arrogância de dizer que
sei algo sobre o assunto, mas tenho, pelo menos, essa perceção: os portugueses não vão perceber a vossa
posição, não vão perceber a posição do Partido Socialista, nem a do PCP.
Protestos do BE e do PCP.
Portanto, há algo que têm de explicar aos portugueses. Isso é fundamental.
Já agora, antes de responder ao Deputado Fernando Anastácio, gostaria de dizer ao Sr. Deputado Jorge
Costa que o nosso modelo de sociedade, digamos, o nosso modelo para o País não tem rigorosamente nada a
ver com o do Bloco de Esquerda. Sabemos disso. Queremos um País desenvolvido, integrado na União
Europeia, em que o crescimento é a base fundamental para criar riqueza, pois, criando riqueza, cria-se emprego.
Todos estes são fatores que os senhores desvalorizam completamente.
Aliás, se repararem, os últimos dias foram dias de negociação, de oferta por parte do Governo de várias
medidas, nas quais nenhum dos senhores se revia, ou não chegavam para aquilo que queriam.
Portanto, nem nós percebemos, nem nenhum português percebe, o que está em causa, nem qual é a versão
final do Orçamento do Estado. Ninguém percebe. Mas também, se for chumbado amanhã, logo veremos.
Sr. Deputado Fernando Anastácio, acho extraordinária a sua pergunta. O Partido Socialista fez um acordo
com o PSD e o CDS, no Governo em que fomos chamados a tratar dos problemas que o PS criou em 2011…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Aliás, o senhor esqueceu-se de referir — esquece-se sempre, é uma coisa inacreditável e obriga-me a fazer uma coisa que nem gosto de fazer, mas tenho de o dizer — que José Sócrates,
em 2011, trouxe o memorando…
Protestos do PS.
Desculpe, o senhor puxa por mim e obriga-me a dizer isto.
Como eu estava a dizer, José Sócrates, em 2011, trouxe o memorando que obrigou o Governo a salvar o
País,…
Protestos do PS.
Calma! Tenham calma!
… mas houve um acordo feito com o Partido Socialista, que os senhores rasgaram a seguir, em relação ao
IRC. Havia uma política para seguir, de redução gradual do IRC, e o Partido Socialista, depois das eleições
internas, resolveu rasgar esse acordo. Esta não é forma de estar na vida pública, mas a opção é vossa!
Agora, os senhores têm de explicar ao País o que fizeram, em todos estes anos. Têm de explicar ao País
por que razão têm uma solução de geringonça que não funciona. Têm de explicar ao País por que razão o País
está a empobrecer, em vez de estar a aproximar-se da Europa.
Isto é que é fundamental, esta é que é a realidade. Não vale a pena pegar em gráficos que demonstram,
precisamente, o contrário.