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I SÉRIE — NÚMERO 17

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Aplausos do PS.

Estamos satisfeitos? Não! Existem ainda muitas crianças que vivem em situação de pobreza e sabemos bem

quais são as consequências de longo prazo, não apenas a nível da igualdade de oportunidades e da não

discriminação, mas também no desenvolvimento.

Ao contrário da direita, sem prejuízo do trabalho que é preciso continuar a fazer na eliminação das causas

estruturais da pobreza, sabemos que não podemos comprometer o futuro das novas gerações nem o futuro de

Portugal. Temos, por isso, de lançar mão de todos os instrumentos ao nosso alcance para reforçar o combate à

pobreza infantil.

Sabemos também que as transferências de apoios sociais têm um papel fundamental na redução do risco

de pobreza das crianças ao atuarem diretamente sobre o rendimento disponível das famílias, melhorando assim

a sua capacidade para satisfazerem as necessidades de todos os seus dependentes.

Foi o que fizemos, por exemplo, logo no início de 2016, aumentando o abono de família nos três primeiros

escalões e passando a majoração das famílias monoparentais de 20% para 35%.

Estamos determinados em tornar ainda mais eficaz este nosso combate. Em primeiro lugar, porque em causa

está o pleno usufruto dos direitos da criança, direitos humanos que, pela sua especial configuração, fazem

emanar para nós uma especial responsabilidade na sua concretização.

Mas importa lembrar que está também em causa o futuro do País. Os impactos da pobreza vivida na infância

tendem a estender-se ao longo de toda a vida do indivíduo, na escolaridade, no emprego, no rendimento, na

saúde, na reforma. Investir na infância é, por isso, investir no futuro do País.

Saúdo o Sr. Primeiro-Ministro pela absoluta prioridade que o Governo atribuiu a este grande problema. A

criação de uma prestação pecuniária de garantia da infância que complementará o abono de família, de modo

a garantir, já em 2022, 840 € por ano, por criança, e 1200 €, em 2023, é um passo enorme neste combate.

Aplausos do PS.

É uma medida que terá um impacto muito positivo na vida das crianças em situação de pobreza, e esses

impactos acompanharão o seu crescimento, mas refletir-se-ão também na sua vida adulta; uma medida que não

espera que consigamos resolver todos os problemas, superar todos os desafios; uma medida que traduz a nossa

convicção de que o tempo da criança corre veloz e ela não pode esperar.

Outras medidas incluídas neste Orçamento do Estado, como, por exemplo, o complemento da garantia da

infância, o aumento das deduções fiscais ou o início da gratuidade das creches reforçam este investimento na

infância e no futuro, reforçam este investimento estratégico.

Para as crianças e para as famílias, este é um Orçamento que concretiza a esperança. Aprová-lo é dizer às

crianças e às famílias que o nosso compromisso é firme e que o vamos honrar. Rejeitar este Orçamento é, a

par de tudo aquilo de que já falámos, ontem e hoje, recusar também às crianças e às famílias este compromisso

com o seu futuro.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra para uma intervenção o Sr. Deputado Pedro Morais Soares.

O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Este é o Orçamento mais à esquerda dos últimos anos. Este é um Orçamento contra a

iniciativa privada e contra as empresas, um Orçamento que afasta os jovens e a captação de talento, um

Orçamento que, mais uma vez, deixa o setor social e as nossas instituições sociais para trás.

Este é também um Orçamento que desrespeita a concertação social. Os parceiros sociais foram

desconsiderados, desrespeitados como nunca sucedeu antes.

Sr. Primeiro-Ministro, um dos setores mais afetados pela pandemia foi e continua a ser o terceiro setor, o

setor social. A economia social tem um papel de particular relevância na nossa sociedade, pela proximidade que