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I SÉRIE — NÚMERO 17

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Fala da autonomia da contratação, Sr. Deputado? Ela foi exigida, nós colocámo-la na Lei de Bases da Saúde

feita à esquerda, Sr. Deputado. Não foi feita pelo Bloco de Esquerda, recorde-se. E quanto à autonomia da

contratação, o Governo aproximou-se das medidas que tinham proposto.

Quanto à dedicação plena, o Governo aproximou-se das medidas que tinham proposto.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não, não!

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Pode continuar a dizer que não, mas é verdade e os Srs. Deputados têm a obrigação de falar verdade ao País e de dizer que recusaram, por mera tática política,…

Aplausos do PS.

… votando contra o Orçamento que é o Orçamento mais à esquerda.

E sabe, Sr. Deputado, não basta dizer que é de esquerda, «encher a boca» com a esquerda, «encher a

boca» com o povo, quando votam contra o melhor Orçamento para o povo e contra um Orçamento de esquerda.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes, creio que a forma como se diz que alguém chegar a uma mesa de negociações e apresentar um

documento para as mesmas é um ultraje às negociações diz muito sobre o que é um processo negocial.

Protestos da Deputada do PS Ana Catarina Mendonça Mendes.

Ouvia-a com toda a serenidade, Sr.ª Deputada. Discordei de tudo o que disse, mas ouvi-a com toda a

serenidade, incluindo quando me estava a chamar mentiroso. Não alterei a minha postura e, por isso, peço-lhe

que me oiça também agora.

Quando a Sr.ª Deputada diz — uma matéria que foi repetida pelo Governo — que acha exagerado, para dizer

o mínimo, que o Bloco de Esquerda chegue a uma mesa de negociação com pontos para negociar relativos às

suas posições, creio que isso mostra mais da arrogância do lado de lá do que da forma de estar do Bloco de

Esquerda.

Aplausos do BE.

Protestos do PS.

Quando diz que o Bloco de Esquerda apresentou nove propostas e que essas nove propostas são

respondidas neste processo orçamental, elas não foram respondidas no documento inicial, nem nós o vemos —

já o mostrámos várias vezes e o Governo nunca conseguiu demonstrar o contrário — em qualquer das

aproximações que o Governo diz que existem.

Vamos aos exemplos concretos que deu. O Governo fala em dedicação dos profissionais de saúde de forma

plena e faz uma proposta que fica aquém do que a direita propôs sobre dedicação exclusiva.

Protestos da Deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos.

Mais: diz apenas que há uma majoração de horas extraordinárias, mas os profissionais podem continuar a

exercer funções no privado, desde que não seja em cargos de chefia. Ora, não podem ter um emprego no

privado, podem ter vários empregos no privado, até, segundo a proposta do Governo. Não valoriza carreiras,

não dá garantias de futuro e estabilidade aos profissionais e não combate a promiscuidade que atualmente

existe e que é um dos problemas do Serviço Nacional de Saúde.