3 DE NOVEMBRO DE 2021
9
Aplausos do PS.
Na sequência desse pedido, dedicámo-nos à elaboração de um texto, a que podemos chamar «texto de
substituição», que pretendemos que reúna o consenso mais amplo possível, salvando o essencial da
estratégia anticorrupção. Nesse texto — da nossa parte, está pronto e estamos disponíveis para partilhar com
os restantes grupos parlamentares —, que pretendemos que seja o mais consensual possível, mantemos uma
proposta que surgiu, em 2019, no programa eleitoral do Partido Socialista. Refiro-me à criação de uma pena
acessória que impedirá políticos condenados por corrupção de serem eleitos ou nomeados para funções
públicas, por um período até 10 anos. Mantemos esse propósito.
Estamos dispostos a prescindir das soluções que causaram mais polémica, nomeadamente os acordos
sobre a sentença, e estamos dispostos a acolher sugestões do PSD, designadamente as atinentes ao estatuto
processual das pessoas coletivas, que nos parecem muito pertinentes.
O tempo escasseia e a pergunta, muito simples, que queremos deixar ao Partido Social Democrata é sobre
qual de dois caminhos possíveis pretendem trilhar, sendo certo que a forma como a Sr.ª Deputada concluiu a
sua exposição me parece augurar que escolheram o caminho que nos parece certo.
O primeiro caminho consistiria em renunciar à procura de uma solução de consenso e em adotar a
narrativa de que nada foi feito para combater a corrupção.
O segundo caminho consiste em manifestarem disponibilidade para trabalhar connosco — o Sr. Deputado
António Filipe manifestou já essa disponibilidade por parte do PCP e penso que o Sr. Deputado José Manuel
Pureza manifestou a mesma disponibilidade por parte do Bloco de Esquerda — numa solução de consenso
que contribua para o combate à corrupção e sirva os interesses do nosso País.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Cláudia Santos (PS): — Sr. Presidente, se me permite, termino citando o Sr. Deputado Santinho Pacheco: «Fogo à peça!»
Aplausos do PS.
Risosdo Deputado do BE José Manuel Pureza.
OSr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mónica Quintela, do Grupo Parlamentar do PSD.
A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Sr. Presidente, agradeço as construtivas interpelações dos Srs. Deputados José Manuel Pureza, António Filipe e Claúdia Santos.
Começo por dizer ao Sr. Deputado José Manuel Pureza que o PSD, no âmbito das inúmeras propostas de
combate à corrupção, apresentou uma relativamente ao enriquecimento ilícito que não enferma dos vícios de
constitucionalidade de que as anteriores enfermavam. Estarmos a legislar para depois serem vetadas e não
passarem não tem interesse nenhum.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Por isso é que apresentámos uma proposta que é eficaz e que combate efetivamente o enriquecimento injustificado.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Isso é que é o chamado ato de contrição!
A Sr.ª Mónica Quintela (PSD): — Sr. Deputado António Filipe, deixe-me dizer-lhe que temos estado de acordo em muitas situações.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Eh lá!