I SÉRIE — NÚMERO 24
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Deputada quis aqui fazer; o que queremos é fazer política pública com dados e sabermos a quem é que temos
de responder.
Não é por acaso que o Governo do Partido Socialista, quando preparou o Censos incluiu no inquérito
alterações para permitir conhecer que população existe em Portugal neste momento e quem são as pessoas
que são abrangidas por estas alterações legislativas.
Portanto, nós precisamos de fazer política pública, atendendo à realidade concreta, e isso não se trata de
discurso panfletário, como a Sr.ª Deputada fez; trata-se de perceber como é que podemos apoiar, através das
políticas públicas, da melhor maneira, estas pessoas que queremos abranger; trata-se de construir soluções
sustentadas; trata-se de saber de que maneira é que nós podemos, efetivamente, fazer a diferença na vida das
pessoas.
A Sr.ª Deputada fez uma apresentação encapotada dos projetos que já apresentou em setembro e eu não
tenho problemas absolutamente nenhuns com isso, porque a Sr.ª Deputada pode apresentar o que quiser, mas
não pode é não atender às diferenças que existem entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda para não
querer, neste momento, aceitar esta proposta.
E nós só não queremos por uma razão simples: porque nós, ao contrário do que a Sr.ª Deputada disse, não
queremos fazer política com base no vazio, não temos de fazer política com base em pressão.
Aliás, as pessoas não compreenderiam que nós, estando a pouco tempo de receber os resultados dos
inquéritos do Censos que o Governo preparou, como já estava, aliás, inscrito na proposta do Orçamento de
Estado, propositadamente para poder desenvolver soluções adequadas ao longo do próximo ano para este
problema…
Protestos do PSD.
Srs. Deputados, tenham calma!
Não se compreenderia que nós pudéssemos enganar as pessoas e pudéssemos, daqui a um ano estar,
novamente, a promover alterações para responder àquilo a que não tínhamos sido capazes de dar resposta
neste momento.
Por isso, Sr.ª Deputada, o Partido Socialista é o mesmo que sempre foi e vai responder na habitação à
esquerda, como sempre respondeu, mas com uma razão: não fazemos isso com base em pressão; fazemo-lo
com base nos dados, porque é política preparada e sustentada que os portugueses querem, não é panfletos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): ⎯ Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola.
A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): ⎯ Sr. Presidente, Sr. Deputado Eduardo Barroco de Melo, de facto, o senhor levanta aqui várias questões que me parece terem ficado esclarecidas durante a minha intervenção.
O Sr. Deputado não terá, porventura, acompanhado as alterações que fomos fazendo à Lei de Bases da
Habitação, à lei do arrendamento, as manigâncias que o Partido Socialista foi introduzindo nas diferentes
legislações e que abriram um alçapão, por exemplo, para as pessoas com mais de 65 anos a viver há mais de
15 ou há mais de 20 anos na mesma casa. Os Deputados da sua bancada saberão com mais certeza do que é
que eu estou a falar.
O Sr. Deputado também não saberá, ou provavelmente sabê-lo-á, que o Partido Socialista defendia que os
contratos de arrendamento tivessem um período mínimo de cinco anos e que o que está estabelecido na lei é
um ano.
O Sr. Eduardo Barroco de Melo (PS): ⎯ São três anos! Três anos!
A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): ⎯ É um ano! Não existindo renovação dos contratos, é um ano!
O Sr. Eduardo Barroco de Melo (PS): ⎯ Três anos!