27 DE NOVEMBRO DE 2021
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No domínio da saúde, o SNS foi alvo de um reforço de investimento sucessivo de mais de 2400 milhões de
euros, uma trajetória que o Orçamento do Estado para 2022 pretendia continuar a reforçar. Mas o Orçamento
foi chumbado!
A cobertura vacinal portuguesa, na ordem dos 90%, orgulha-nos e, acima de tudo, coloca-nos no topo do
mundo na prevenção de manifestações mais graves da doença e de óbitos em sua consequência. Não falhámos
no setor da saúde.
O Governo despendeu 3,4 mil milhões de euros em apoios sociais pagos, incluindo isenções e dispensas
contributivas. A verdade é que, tal como evidencia o estudo da Comissão Europeia SURE, sem estes apoios o
nosso País estaria a braços com mais 250 000 desempregados e, ao invés, numa trajetória que merece
reconhecimento, atingimos uma taxa de desemprego de 6,4%, abaixo do registo pré-pandémico. Não falhámos,
também, na economia e no apoio social.
Na escola pública foi assegurado, durante o confinamento, um conjunto de medidas. Mas destaco, pelo
simbolismo, o acolhimento dos filhos dos trabalhadores essenciais, uma medida que demonstra bem a
solidariedade que empregámos. A escola pública não falhou.
E os portugueses sabem que, se o Estado social não falhou e não falhará na resposta à mitigação dos
impactos da pandemia, urge, neste momento, transformar o infortúnio em novas oportunidades. O PRR (Plano
de Recuperação e Resiliência) desempenhará, neste contexto, um papel nevrálgico, nomeadamente na
alavancagem do investimento público e na concretização de reformas estruturais que permitirão responder aos
desafios da transição digital, das alterações climáticas e do combate às desigualdades, sem descurar a virtuosa
e transparente aplicação de verbas que tão bem soubemos negociar na frente europeia.
Sr.as e Srs. Deputados, sabemos que a direita não gosta do PRR, pelo que o reforço das condições de
governação do PS será mesmo o melhor garante de que este desígnio nacional será cumprido: a nossa
recuperação.
Finalizo, Sr. Presidente da Assembleia da República, dirigindo-me a si para destacar o papel que a
Assembleia da República desempenhou em todo este processo. É justo que, na sua pessoa, seja reconhecido
que o Parlamento foi capaz de estar à altura dos desafios institucionais, legislativos e fiscalizadores que lhe
foram exigidos e contribuiu para amadurecer a nossa democracia. Acreditamos que as sequelas físicas e
emocionais nas pessoas, bem como a real dimensão dos impactos na sociedade, não se esgotam na conjuntura
e carecem de mais tempo para os analisar, pelo que sugerimos que este Parlamento, na próxima Legislatura,
retome estes trabalhos.
Continuamos empenhados em recuperar a economia e garantir o futuro com menor incerteza e traçar na
adversidade novos horizontes de esperança.
Ironicamente, finalizo com esta ideia: a direita, que precipitadamente quis antecipar fracassos que nunca se
vieram a concretizar, mostra-se hoje ao País incapaz de definir a sua própria liderança. Mas para nós o essencial
é que é mesmo o reforço no PS a única forma de conferir previsibilidade, estabilidade e confiança no futuro.
Vamos juntos em solidariedade com os portugueses. Este é o caminho que trilhámos e continuaremos a
trilhar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do PSD, a Sr.ª Deputada Sandra Pereira.
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de
recuperação económica e social, cujo balanço hoje aqui se apresenta, terminou antes do tempo, fruto da atual
conjuntura política nacional.
A dissolução da Assembleia da República forçou o encerramento prematuro destes trabalhos e, por isso,
este relatório que aqui hoje apresentamos não é o relatório ideal, tampouco o desejado, é o relatório possível
face ao apertado calendário parlamentar que a todos condicionou.
Não queremos, contudo, deixar de sublinhar o nosso balanço dos trabalhos desta Comissão e, naturalmente,
o resultado do nosso escrutínio sobre a atuação do Governo em contexto de pandemia.