I SÉRIE — NÚMERO 29
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No presente relatório, a CAM COVID fez todo o trabalho que lhe foi possível, de forma exaustiva, atenta e
responsável, tendo-se revelado de extrema importância e, neste sentido, o Grupo Parlamentar do CDS
acompanha o teor deste relatório final. Como recomendação final, entendemos que seria a todos os títulos
desejável que o trabalho desta Comissão Eventual fosse retomado na próxima Legislatura, tendo em conta que
a pandemia não está ainda ultrapassada; há pelo menos uma terceira dose da vacina a administrar à população;
há muitas consequências na saúde das pessoas às quais será preciso continuar a dar resposta; muitas
empresas continuarão ainda a precisar de apoios; e há um Plano de Recuperação e Resiliência a aplicar.
No termo deste nosso mandato, não posso deixar de agradecer à Deputada do CDS Ana Rita Bessa, que
acompanhou mais de 90% do trabalho desta Comissão, a quem agradeço, em nome de todos nós, pelo trabalho
e empenho, tanto nesta Comissão como em todos os trabalhos parlamentares.
Aplausos do CDS-PP, do CH, do IL e de Deputados do PSD.
O Sr. Presidente: — Antes de continuarmos com as intervenções, peço aos serviços para abrirem o registo eletrónico para efeitos de quórum.
Tem agora a palavra o Sr. Deputado Nelson Silva, do PAN, para intervir.
O Sr. Nelson Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Esta emergência sanitária foi uma aprendizagem para os diversos setores sociais e da saúde. Felizmente, Portugal não tem tido este tipo de
emergências de saúde pública, ao contrário de outros países, mas esta é uma situação para a qual teremos
cada vez mais de estar preparados e, acima de tudo, de agir na sua prevenção, tanto no plano local como global
— algo para que o PAN sempre alertou nos diversos fóruns —, não podendo este processo ficar fechado em
nenhuma entidade, seja na DGS ou no INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge), como
inicialmente estava, tendo sido essencial a colaboração da academia, do setor privado e de especialistas
internacionais. Aliás, foi quando esta abertura, tanto de dados como de reuniões, foi conseguida, nomeadamente
no Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), que começámos a ter evidência e
orientação técnica e científica sustentadoras da decisão política.
A investigação teve uma aceleração nunca antes vista, demonstrando o enorme valor da ciência e dos nossos
investigadores, que revelaram não só competência e conhecimento científico como elevado altruísmo e
empreendedorismo.
Apesar de ser uma aprendizagem para futuras crises, a maior aprendizagem terá de se focar na prevenção
de futuras crises. Não podemos passar por esta crise sanitária e social sem percebermos a sua relação com os
nossos comportamentos, hábitos, opções e decisões.
Os mercados de animais vivos são um problema internacional — não apenas da China ou de qualquer outro
país —, pelo que é preciso combater todos os fatores de risco associados à alimentação humana, seja nesses
mercados, seja no transporte de animais vivos, nos agrotóxicos, nos antibióticos para o aumento da produção
alimentar, entre outros, que são fatores de risco para a saúde pública. Não podemos passar por esta crise sem
percebermos que estes são fatores potencialmente geradores de futuras crises sanitárias.
Por outro lado, destacamos o papel fundamental que os profissionais de saúde pública e de saúde ambiental
tiveram e continuarão a ter. Desde a primeira hora que o PAN alertou para a necessidade do seu reforço
prioritário no combate à disseminação da COVID-19 na comunidade, bem como para a importância da proteção
nas fronteiras, que foi, seguramente, um dos problemas mal resolvidos durante esta crise sanitária.
A Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença
COVID-19 e do processo de recuperação económica e social teve um papel fundamental na partilha da
informação e na análise da situação COVID nos diversos setores, sendo um mecanismo essencial para a
auscultação de um conjunto de entidades cujos contributos são fundamentais para combater a crise nos seus
diversos cenários.
Quanto a este relatório, parece-nos que, mais do que espelhar o que foi feito, é preciso que ele deixe
recomendações para o futuro. Nesse sentido, o PAN alertou para a necessidade de identificação de fatores de
risco na saúde humana, animal e ambiental, planos de prevenção de saúde integrados; reforço das equipas de
saúde pública e ambiental, investimento em novas metodologias e inovação em saúde, articulação de saúde
pública/privada, academia ao nível nacional e internacional, proteção de escolas, ERPI (estrutura residencial