4 DE MARÇO DE 2022
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a segurança no abastecimento alimentar, primeiro na Ucrânia e depois em todos os Estados-Membros da União
Europeia.
Isso vai implicar um conjunto de derrogações que aumentem, nesta altura, as áreas destinadas à produção,
nomeadamente a utilização das terras que estejam em paragem, que estejam em pousio, atendendo a que, na
primavera, não vamos poder contar com a Ucrânia, que é um dos nossos países fornecedores de cereais e
oleaginosas. Portanto, vão encarecer ainda mais a alimentação e as rações para os animais e, por isso, pedimos
essas derrogações.
Pedimos também o acionamento do regulamento da Organização Comum dos Mercados — que é para isso
que existe, ou seja, para fazer face a momentos como este —, no sentido de criarmos condições para garantir
a nossa autonomia estratégica e, de alguma maneira, conseguirmos a estabilização dos preços, de modo a que
possamos evitar que os aumentos venham a refletir-se no consumidor final. É isto que nos move todos os dias.
O Sr. Deputado fez uma intervenção, que subscrevo, nomeadamente sobre se estas são medidas de
imediato, imediatistas, emergentes, para avançar com respostas que têm de ser dadas em virtude da situação
que estamos a viver. Mas outra situação é quando olhamos para a seca, que não é, como dizia o meu Colega
no início da nossa intervenção, conjuntural, é estrutural, arrasta-se há muitos anos, e o clima mediterrânico vai
ter, cada vez mais, consequências agravadas pelas alterações climáticas.
Precisamos de mudar o paradigma, todos nós, enquanto cidadãos, mas também do ponto de vista agrícola.
Precisamos de ter uma agricultura mais preparada para usar a tecnologia, para usar fontes alternativas, por
exemplo as águas residuais. Se nalguns aglomerados urbanos que têm explorações agrícolas perto será fácil
fazê-lo, noutros sítios será impossível de se fazer essa utilização, mas estamos a fazer os trabalhos necessários
para poder adaptar.
Há todo um trabalho que pode e tem de ser feito: a utilização de fertilizantes orgânicos em substituição dos
de síntese, para melhor reter a água; a produção de energia limpa, para evitar o consumo de energia elétrica; a
instalação de painéis fotovoltaicos, cuja instalação temos vindo a fomentar, com mais de 50 milhões de euros
que já destinámos aos nossos agricultores;…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Agricultura: — … a substituição de equipamentos obsoletos e, com isso, querendo uma agricultura que tem de estar preparada para o futuro, em que as alterações climáticas, em que a menor
quantidade de água disponível, o uso mais racional e o solo são os principais ativos que temos de valorizar.
A agricultura é capaz de gerar riqueza, fixar pessoas e alimentar um território e um continente, e é para isso
que a política agrícola comum foi criada e é para isso que continua a ser desenvolvida.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, concluímos esta reunião. Resta-me anunciar que está prevista a Conferência de Líderes para o dia 8, terça-feira, às 16 horas.
Muito obrigado e um resto de boa tarde.
Está encerrada a reunião.
Eram 17 horas e 1 minuto.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO.