4 DE MARÇO DE 2022
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o reforço das interligações do Alentejo, levando a água do Alqueva a mais locais e reforçando a segurança do
abastecimento na zona mais afetada pela seca.
E no futuro? Os investimentos em abastecimento e saneamento passarão de 875 milhões de euros, no atual
quadro, para mais de 1000 milhões de euros no próximo quadro comunitário de apoio. Teremos 14 vezes mais
fundos — passando de 4 para 57 milhões de euros — para apoiar a reutilização de águas residuais, dando um
impulso decisivo a esses projetos.
Sr.as e Srs. Deputados, a água é circular, por natureza. Transforma-se uma e outra vez, regenerando-se
continuadamente de diferentes formas. No entanto, a sua sobreutilização e degradação impõem-nos um teto
ecológico e a necessidade imperativa de usar a água de forma integrada, desde a sua gestão territorial e
valorização até à sua utilização na indústria e em casa. Por isso, uma parte substancial dos 200 milhões de
euros de eficiência hídrica do Algarve — a zona do País mais afetada pela escassez hídrica — é dedicada à
reutilização de água e à diminuição de perdas. O ponto de situação é o seguinte: já foi lançado o primeiro aviso
para a redução de perdas no setor urbano, com a dotação de 14 milhões de euros, e todos os outros projetos
estão em curso.
Sr.as e Srs. Deputados, para concluir, é conhecida a hierarquia de usos que estabelecemos para a água num
quadro de escassez deste recurso. Primeiro, e antes de todos os outros, está o consumo humano e por isso
estabelecemos quotas mínimas nas albufeiras, limitando outros usos naquelas que se aproximam deste limiar
de segurança.
A situação tem sido acompanhada, dia a dia, pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e nessas
barragens o volume de água está a recuperar — lentamente, mas está a recuperar. Aconselham-nos a prudência
e a defesa do bem público que estas limitações se mantenham enquanto a situação nestas barragens não se
alterar. Dependendo das chuvas desta primavera, e neste momento a perspetiva é mais otimista do que há duas
ou três semanas, poderemos modificar essas medidas, seja no sentido do seu reforço, seja no sentido do seu
aligeiramento, conforme a evolução da situação. Mas uma coisa é certa, o uso principal e mais nobre, o do
consumo humano, está assegurado por dois anos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Ainda no uso do tempo inicial atribuído ao Governo, tem a palavra para uma intervenção a Sr.ª Ministra da Agricultura.
Faça favor, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Agricultura (Maria do Céu Antunes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, boa tarde, a todas e a todos.
Atravessamos um contexto difícil, ainda marcado pela recuperação dos efeitos da pandemia e pelo aumento
dos custos de produção, e a seca que assola Portugal e Espanha veio agravar a instabilidade dos tempos. Por
isso, o Governo monitoriza a situação a todo o tempo.
No que diz respeito às albufeiras hidroagrícolas, importa clarificar e esclarecer que, das 44 existentes, a
maioria tem a campanha de rega assegurada desde que seja garantido o uso eficiente e sustentável da água.
Apenas três albufeiras representam situações críticas: Bravura, Campilhas e Monte da Rocha. Graças à ligação
ao Alqueva, Vigia, Odivelas, Roxo e Fonte Serne não estão em situação de risco. Aliás, quero dizer que, pela
primeira vez, Fonte Serne recebe água a partir do Alqueva — um reforço que foi feito através do Programa
Nacional de Regadios. Todas estas situações são acompanhadas em permanência.
No seguimento das reuniões das subcomissões regionais e de gestão das albufeiras, definiram-se diversas
medidas, algumas das quais quero destacar. Relativamente a Bravura, foi decretada a suspensão de todos os
usos, exceto o do abastecimento público, até ao final de março, a realização, com urgência, do levantamento
topobatimétrico da área inundada para se conhecer melhor a área hídrica reservada ao chamado «volume
morto» e a impermeabilização do canal do perímetro de rega do Alvor, para a redução de perdas.
No que se refere a Campilhas, foi decretada a ativação de um plano de contingência para a situação de seca,
assegurando o abastecimento público para dois anos e a rega das culturas permanentes. E, em relação a Monte
da Rocha, foi decretado o reforço das disponibilidades hídricas a partir de Alqueva por parte do bloco de rega,