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20 DE OUTUBRO DE 2022

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Este é o problema da agenda ambiental, porque é sempre à base do corte. Não importa cortar, importa gerir

bem os recursos que existem, combater o desperdício.

E porque os portugueses estão cansados destas metas globais, destes cenários apocalíticos e distantes, o

Chega apresenta neste debate uma proposta concreta, a nível local, a nível da proximidade ao cidadão comum

e aos seus desafios do dia a dia. Pedimos que cada município elabore um simples documento, um documento

fundamental, denominado «Matrizes de Água», que já é aplicado em alguns municípios e que consiste na

identificação, localização e quantificação dos recursos hídricos existentes em cada concelho.

Porque não podemos querer gerir bem o que não conhecemos, porque não podemos querer combater os

30% de água desperdiçada em Portugal se não percebermos onde a estamos a perder, não concebo com que

argumentos é que os senhores irão chumbar esta proposta do Chega. Resta apenas aos portugueses

perceberem se os senhores vão querer ficar ao lado do alarmismo histérico e sem soluções ou ao lado das

soluções práticas que o Chega apresenta.

Aplausos do CH.

O Sr. Presidente: — Para apresentar o Projeto de Lei n.º 206/XV/1.ª e o Projeto de Resolução n.º 190/XV/1.ª, do Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quis a ironia que tivéssemos este debate sobre a seca num contexto em que parte do País está ameaçada por cheias, mas que ninguém se

engane, porque são as duas faces da mesma moeda das alterações climáticas.

O que nos dizem os cientistas, os mesmos que os negacionistas quiseram fazer calar durante décadas?

Dizem que o futuro é feito de fenómenos extremos, com períodos de muita seca e períodos de chuva muito forte,

sendo que, na verdade, a chuva que cai durante aquele período não compensa, nem os recursos hídricos

necessários à vida quotidiana, nem os recursos que possam existir nos lençóis freáticos. Essa foi a realidade

que chegou rapidamente a Portugal.

Sabemos que muitos diziam que isto não aconteceria. Veja-se os negacionistas do Chega, que garantiam

que os cientistas estavam errados, que essa realidade não aconteceria.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Hã?! O quê?! Dizem que as barragens evaporam!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Batiam palmas quando Trump negava essa realidade. Batiam palmas quando Trump ou Bolsonaro diziam que se pode desmatar a Amazónia, que se pode destruir e poluir à vontade,

porque não há problema nenhum para o Planeta!

Ora, a realidade mostra como há muitos problemas para o Planeta e nós estamos a pagar bem caro esses

problemas.

Protestos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão.

Mas é verdade, também, que algumas das propostas em cima da mesa atiram um bocadinho ao lado. Quando

o problema que temos é o da falta de água nas barragens e o de isso colocar em causa o abastecimento às

populações, o que o PSD nos propõe é que aumentemos a capacidade de retenção de água nas barragens.

Ora, o problema é que não há água! Temos barragens a mais para a água que temos, não é o contrário.

Vozes do CH: — Ah!…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Desse ponto de vista, o PSD atira ao lado. Mas olhemos para a realidade concreta do que falta responder. Falta responder à alteração da forma como

usamos a água, quer na agricultura, quer na economia, quer na forma como as cidades estão estruturadas, quer

como o ordenamento do território não promove uma boa gestão da água. Desse ponto de vista, faltam as

propostas que o Bloco de Esquerda traz a este debate.

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