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I SÉRIE — NÚMERO 51

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A Sr.ª Rita Matias (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: De facto, o debate que levamos a cabo é da máxima importância, como já foi dito, porque nunca, como hoje, foi tão necessário discutirmos uma utilização

eficiente dos recursos hídricos — combatermos os desperdícios de água, digo — e, sobretudo, discutirmos uma

visão estratégica e um plano nacional, a longo prazo, de gestão de água, que é algo que nunca foi feito.

Vozes do CH: — Muito bem!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — O Chega olha para a água como um bem essencial e fundamental, indispensável à vida humana e quer participar neste debate com seriedade, mas não sei se as outras bancadas o fazem.

Não sei se o fazem, porque há décadas que é anunciado aquilo que vivemos hoje. Também não sei se o

fazem quando ouvimos o Partido Socialista dizer que, a nível europeu, o PS tem estado a caminhar ao lado das

boas práticas europeias na área ambiental. Não sei se isto é para rir ou para chorar, mas essa não é a realidade

dos portugueses e do nosso dia a dia.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

A Sr.ª Rita Matias (CH): — Há décadas que ouvimos os especialistas dizerem que haverá uma diminuição dos recursos hídricos disponíveis na Península Ibérica. Aliás, em novembro do ano passado, os especialistas já

nos diziam que estávamos em seca e alertavam para o stress hídrico que Portugal vive. Os agricultores e os

produtores florestais alertavam para a escassez de água que sentem. Mais, esta temática faz parte do currículo

de Geografia do 7.º ano, há mais de 10 anos.

Portanto, décadas e décadas depois, não houve um plano sério de gestão de recursos hídricos.

Aplausos do CH.

Três meses depois de ter sido declarada a seca extrema, o Governo reagiu com muito espanto, como se não

tivesse sido possível prever o fenómeno que vivemos hoje. Qualquer criança de 14 anos, em Portugal, sabe que

temos condições climáticas que nos poderão conduzir à seca extrema, mas o Governo socialista não sabia!

Parece que os astros estão todos a alinhar-se contra o Partido Socialista — é a guerra, é a pandemia, é a

crise, é, agora, a seca… —, mas não é verdade. A verdade é que o Governo socialista não conhece os conceitos

de visão a longo prazo, de planeamento e de boa gestão. A resposta que o Governo tem dado a esta crise

hídrica espelha isso mesmo, porque se baseou apenas no aumento dos preços ao consumidor em regiões com

maior escassez, na poupança e na sensibilização.

Mas os senhores não podem querer ser tudo e o seu contrário, não podem querer sensibilizar e, depois,

serem os primeiros a desinformar e a espalhar o terror. Quantos discursos ambientais, nesta Casa, não são

feitos num tom apocalíptico? Dizem que os radicais e extremistas somos nós, mas os senhores é que têm

cavalgado a agenda ambiental!

Aplausos do CH.

Os senhores impõem, nesta Casa a vossa agenda globalística de forma dogmática, como se de uma religião

se tratasse e como se merecessem o Inferno todos os que pensam de forma crítica! Excluíram os especialistas

da equação, geram o medo nas pessoas e, acima de tudo, não oferecem soluções concretas para as suas vidas.

Em nome do ambiente, sabem apenas criar mais impostos, combater os lucros dos agricultores e dos produtores

florestais e encherem-nos de burocracias.

Aplausos do CH.

Por isso, digo-vos apenas que o português comum não está mais disponível para o vosso discurso radical e

utópico. Portanto, não peçam mais sacrifícios aos portugueses. Os portugueses já estão sacrificados e não

querem mais cortes nos consumos.

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