I SÉRIE — NÚMERO 1
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existentes, é que o hospital central continua a ocupar o espaço primordial, hiperconcentrando serviços e remetendo os hospitais periféricos e os cuidados de saúde primários ao papel de parentes pobres no que toca aos serviços e recursos humanos e financeiros.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito bem! O Sr. João Dias (PCP): — Ou seja, o modelo ULS, que o Governo agora afirma tratar-se da grande reforma
do SNS, mas que, na verdade, é uma solução com quase 25 anos, apesar de uma anunciada autonomia no âmbito gestionário do SNS, na prática, significa perda de autonomia das subunidades que o integram, bem como dos seus centros de saúde.
Vozes do PCP: — Muito bem! O Sr. João Dias (PCP): — O PCP propõe, em contraposição às ULS, os sistemas locais de saúde enquanto
unidades de coordenação interna do SNS, dirigidas por um conselho diretivo, entre hospitais, centros de saúde e cuidados continuados, com efetivas competências, capaz de introduzir uma crescente harmonização e sinergia na articulação dos cuidados, sem menorizar qualquer um dos níveis de cuidados.
Do que precisamos, Srs. Deputados, é de um estatuto que abra a porta não ao privado, mas a mais médicos, enfermeiros e assistentes técnicos e operacionais, e também a psicólogos, farmacêuticos, técnicos de diagnóstico e terapêutica, dentistas, nutricionistas e tantas outras profissões, para garantir um trabalho que é cada vez mais multidisciplinar e de equipa.
Aplausos do PCP. O Sr. Presidente: — A Mesa aguarda ansiosamente inscrições, para poder prosseguir o debate. O Sr. André Ventura (CH): — O Sr. Ministro! O Sr. Ministro fala! O Sr. Ministro da Saúde (Manuel Pizarro): — Com todo o respeito, intervirei no fim. Pausa. O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção em nome do Grupo Parlamentar do PS, o
Sr. Deputado Luís Soares. O Sr. Luís Soares (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Saúde, Sr.ª Ministra, Sr.ª e Sr. Secretários de
Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me que inicie esta intervenção felicitando o Sr. Presidente da Assembleia da República e o Sr. Presidente da Comissão de Saúde pela ideia e pela concretização, no Parlamento português, da evocação do dia 15 de setembro de 1979, data da criação do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS. A voracidade do dia a dia impede-nos, muitas vezes, de parar, de parar para pensar, de parar para pensar
no País que fomos, no País que somos, no País que queremos ser. Por isso, a evocação do 44.º aniversário do SNS, em Portugal, é uma oportunidade para pensar no País e, sobretudo, para pensar que, para quem nunca nada fez, tudo o que os outros fizeram é pouco.
Risos do Ministro da Saúde.