20 DE SETEMBRO DE 2023
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Vozes do CH: — Vergonha!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Continuando, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, sobra o maior partido da oposição, que sabemos que hoje se abstém. Abstém-se, aqui, quando
tinha a melhor oportunidade — que lhe foi dada pela extrema-direita parlamentar — para se distinguir de vez
desta forma de fazer política.
Este PPD/PSD vem hoje a debate e não fala sequer da moção de censura. Passou ao lado do debate. O
meu colega Deputado Miranda Sarmento quis falar de outras coisas, quis fugir ao incómodo.
O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Falámos do País!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Mas, há que dizê-lo, a grande notícia deste debate é que a extrema-direita parlamentar decidiu fazer uma espécie de cheque ao rei da oposição,…
O Sr. André Ventura (CH): — Ao rei?!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — … usando uma ilustração do xadrez. Assim, a única coisa que os portugueses querem saber hoje é se o PPD/PSD se distingue da extrema-direita
parlamentar ou se, envergonhadamente, se abstém.
Devo dizer que a extrema-direita parlamentar, quando apresentou esta moção, falou de um conjunto de
temas. Por exemplo, apresentou uma moção de censura e falou de rendimentos. Se esta moção de censura
passasse, iríamos interromper aquilo que temos de começar dentro de dias: a discussão orçamental. Onde é
que estava o aumento do salário mínimo, para os portugueses que estão lá em casa? Não iria ocorrer. Onde é
que estava a redução de IRS planeada e apresentada pelo Governo neste Parlamento? Não iria ocorrer. Onde
é que estava a redução do preço dos passes e os passes gratuitos para estudantes com menos de 23 anos?
Não iria acontecer!
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Deram passes, mas não há comboios!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Era uma moção de censura contra os portugueses! O PSD abstém-se. Mas, há mais, por exemplo, em relação ao SNS, estamos a discutir uma reforma importante. Aliás, deixo esta
pergunta, Sr. Primeiro-Ministro: estamos a negociar com os médicos, qual é o impacto das negociações nos
rendimentos, nos salários dos médicos?
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Mas quais negociações?! Eles bateram com a porta! Não há negociações!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Estamos a discutir uma reforma importante. O que é que iria acontecer se a moção de censura passasse? Parava a reforma, parava essa negociação de salários com os médicos.
Protestos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão.
Relativamente à habitação, o que é que ia acontecer se a moção de censura passasse?! Nós temos não só
o Mais Habitação, mas há também a construção de políticas de apoio às rendas e ao pagamento de prestações
aos bancos que o Governo está a desenvolver. Se a moção de censura passasse, parava, mais uma vez.
E, devo dizer, a extrema-direita voltou a falar de 1972 — 1972 será um excelente ano, mas foi antes do 25
de Abril de 1974.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Bruno Nunes (CH): — 1972 é antes de 1974. Por norma é assim!