I SÉRIE — NÚMERO 3
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Aplausos do PS.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Se não fosse isso!…
O Sr. Filipe Melo (CH): — Domingo já vês!
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Domingo, na RTP Madeira (Rádio Televisão de Portugal Madeira)!
O Sr. Presidente: — Para formular um pedido de esclarecimento em nome do Grupo Parlamentar do Bloco
de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado, o PSD chega a este debate embalado
pela proposta de pacto social dos patrões que a CIP (Confederação Empresarial de Portugal) tem andado a
promover por estes dias.
O que os patrões propõem é, basicamente, uma festa de isenções fiscais: o desvio de uma parte dos
salários para planos individuais de reforma; a subtração de contribuições patronais para a segurança social
como suposta contrapartida dos aumentos salariais; o engodo de um 15.º mês de pagamento facultativo,
isento de impostos e contribuições patronais. Nós conhecemos esta conversa.
Em 15 de setembro de 2012, o País assistiu às maiores manifestações desde o 25 de Abril, com mais de
um milhão de pessoas na rua em 30 cidades, contra o roubo que era a redução da TSU patronal.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Bem lembrado!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Certamente estará lembrado. Era contra o roubo dessa parte essencial
do salário de quem trabalha, para benefício patronal, por via da isenção de contribuições na TSU.
Sr. Deputado, o aumento de produtividade resulta do trabalho, da melhor organização do trabalho, da
incorporação de tecnologia e, portanto, a um aumento de produtividade deve corresponder um aumento de
salário. Repito: salário!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — É isso que se pretende.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — O que o PSD pretende é responder à pressão que os patrões sentem
para aumentarem salários quando a produtividade aumenta, e porque, também, com os salários de miséria
que se pagam é mais difícil encontrar mão de obra, desde logo, porque as pessoas emigram, face aos salários
que são oferecidos. Mas o que o PSD propõe é que se evite o aumento de salário, canalizando-o para
prémios.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Não é, não é!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Ou seja, canalizando para prémios a pressão que as empresas sentem,
de aumentos salariais; prémios que são voláteis, que não são incorporados no salário, que não contam para
as prestações sociais e para a pensão de velhice, que penalizam quem fica doente, quem tem
responsabilidades de cuidados, quem tem mais filhos; que penalizam, portanto, essencialmente, as mulheres,
que são quem assume mais estas responsabilidades, contando o PSD, provavelmente, com a ilusão de um
rendimento maior no imediato, que compromete o futuro e que subtrai esse prémio, esse rendimento, ao
salário e que subtrai esse prémio, esse rendimento, às contribuições patronais, pondo, no fundo, os
trabalhadores a pagar indiretamente, por via das contribuições que não são pagas pelos patrões e dos
impostos, o suposto aumento de liquidez que terão.
A segurança social e os descontos que os patrões têm de fazer para a segurança social são uma parte do
salário,…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Verdade!