27 DE SETEMBRO DE 2023
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O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tem de concluir. O Sr. João Dias (PCP): — É feita pressão para ter seguros de saúde a toda a hora. Portanto, aquilo de que precisamos é de fortalecer a resposta pública, com melhores condições para os
profissionais de saúde e com melhores condições para o atendimento da população. Aplausos do PCP. O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Rui Tavares,
do Livre. O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas, Sr. Deputado João Cotrim Figueiredo, ouvi
com atenção a sua declaração política e, se bem entendo, não muda nada do ponto de vista do contribuinte e do utente, segundo diz o Sr. Deputado.
Ninguém paga mais impostos por isso, ninguém paga mais taxas moderadoras, embora tenha admitido que, nos primeiros anos, pelo menos, o modelo da Iniciativa Liberal iria ser mais caro, portanto, fica-se sem perceber exatamente como é que se paga esse «mais caro», se ninguém vai pagar mais.
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Os cursos de gestão…! O Sr. Rui Tavares (L): — Por outro lado, quem critica a proposta da Iniciativa Liberal cabe apenas em uma
de duas caixas: ou não leu ou é intelectualmente desonesto. Devo dizer-lhe que é uma maneira muito pouco liberal de pôr as coisas, porque não admite sequer que, do ponto de vista da Iniciativa Liberal, as coisas possam não estar bem explicadas ou conter erros. Acreditava eu que o pluralismo no debate era importante para os liberais.
Por isso, venho perguntar-lhe: se diz que aqueles desonestos intelectuais à esquerda são os piores inimigos do Serviço Nacional de Saúde, porque são os que não o querem reformar, está implicitamente a admitir que, na verdade, o Serviço Nacional de Saúde não está ferido de morte, que não é preciso deitá-lo fora, mas é preciso reforçá-lo e reformá-lo?
A Sr.ª Joana Cordeiro (IL): — Está lá escrito! O Sr. Rui Tavares (L): — Ou seja, esse dinheiro a mais, nos primeiros tempos, do modelo da Iniciativa
Liberal, se fosse empregue no Serviço Nacional de Saúde, permitiria acabar com as mesmas listas de espera. Aí impõe-se uma pergunta: se é possível reformar e reforçar o Serviço Nacional de Saúde e se, com mais
dinheiro, conseguíamos acabar com as mesmas listas de espera, como é que se convence as pessoas a, sem garantias nenhumas a não ser a palavra de alguém que vai ali acima e diz «ou não leram ou são intelectualmente desonestos», darem o salto de fé que é irem deitar fora um serviço que já têm e que provou durante 50 anos e experimentar uma coisa porque lhes dizem que funciona?
Isto não só não é liberal, como não é científico. É, basicamente, vender uma mezinha na base da fezada e esperar que as pessoas deem um salto de fé. Parece-me que, para isso, é preciso provar muito melhor aquilo que se diz.
Protestos do CH e da IL e contraprotestos do PCP e do L. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Fezada foi o resultado na Madeira, isso é que foi uma fezada! O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento em nome do Grupo Parlamentar do PS,… Continuação de protestos do CH e da IL e contraprotestos do PCP e do L. … assim que uma bancada o permita,…