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I SÉRIE — NÚMERO 6

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bancos se financiam a valores muito mais baixos do que aqueles que cobram nos empréstimos à habitação. E a verdade é que a banca paga duas ou três vezes menos pelo depósito do que aquilo que cobra pelos empréstimos.

É preciso que a Caixa Geral de Depósitos, como banco público que é, prossiga uma opção clara que permita baixar o spread e os custos bancários.

É preciso eliminar os benefícios fiscais aos especuladores, aos fundos imobiliários e acabar com o regime de privilégio fiscal que é o regime dos residentes não habituais.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito bem! O Sr. Bruno Dias (PCP): — É preciso assumir uma forte aposta na disponibilização de habitação pública,

mobilizando recursos para a construção, requalificação e aquisição de habitações — elemento determinante para impedir que o direito à habitação esteja refém dos lucros da banca e da especulação imobiliária; condição decisiva para garantir que em Portugal, como diz a Constituição da República, todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação.

Tudo isto implica enfrentar a banca e pô-la, com os seus milhões de lucros à nossa conta, a assumir o aumento das taxas de juros. Implica o combate à especulação, o combate aos privilégios da banca e dos fundos imobiliários e, acima de tudo, é uma questão que só se resolve com um geral e significativo aumento dos salários e das pensões. E quanto aos salários, basta de conversa, aumentem-se os salários em 15 %, no mínimo de 150 € para todos os trabalhadores.

Aplausos do PCP. Apesar, como já dissemos, do caráter insuficiente, limitado, propagandístico destas medidas e do facto de

elas passarem ao lado das questões centrais, a verdade é que estas medidas agora anunciadas pelo Governo vêm demonstrar, mais uma vez, que o Governo foi forçado pela luta das populações a fazer alguma coisa, que vale sempre a pena lutar. E essa luta vai continuar, já neste sábado, dia 30, em vários pontos do País; uma luta que mais cedo ou mais tarde irá levar por diante as medidas que se impõem para responder ao problema da habitação.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Mas isso não era do Bloco?! Está-vos a roubar! O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mais uma vez, reafirmamos o compromisso do PCP em prosseguir a intervenção

e a luta pela garantia do direito à habitação e diremos isto quantas vezes for preciso: a habitação tem mesmo de ser um direito e não uma mercadoria, e o que é urgente garantir são casas para viver e não para especular.

Aplausos do PCP. O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Aleluia! O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado tem seis pedidos de esclarecimento. Como pretende responder? O Sr. Bruno Dias (PCP): — Três e mais três, Sr. Presidente. O Sr. Presidente: — Muito bem. Para o primeiro pedido de esclarecimentos, em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra o Sr. Deputado

Carlos Guimarães Pinto. O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sr. Presidente, agradeço ao Sr. Deputado Bruno Dias o facto de ter

trazido a questão da habitação. Nós partilhamos muitas das preocupações, como as preocupações dos estudantes, que não têm onde ficar

e as preocupações de todos os jovens que ficam demasiado tempo em casa dos pais. E pensava, até agora,