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I SÉRIE — NÚMERO 7

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Relativamente ao projeto de lei apresentado pelo PAN, que versa sobre o apoio extraordinário para a frequência das creches, ou para pagar a amas, fora do programa Creche Feliz, a nosso ver, esta medida é absolutamente desadequada, por três ordens de razão.

Por um lado, esta proposta não resolve o problema maior e a principal questão, porque não há amas suficientes, nem há vagas suficientes, nem mesmo fora do programa Creche Feliz, e não é este apoio que vai criar mais vagas. Por outro lado, a razão principal por que algumas creches privadas ainda não aderiram à bolsa das creches gratuitas é porque o seu custo de funcionamento é superior a 460 €. Por isso, se uma creche tem uma mensalidade de 500 € ou 600 €, não são estes 86 € propostos que vão ajudar as famílias a ter acesso a uma creche gratuita.

Por fim, também queria dizer que não acompanharemos este projeto de lei, porque entendemos que pode haver aqui o risco de se fomentar a criação de amas de forma clandestina.

Quanto ao projeto de resolução do Chega, que recomenda ao Governo que o Creche Feliz dê prioridade a crianças com pais trabalhadores, e ainda quanto ao Projeto de Lei n.º 877/XV/1.ª, da Iniciativa Liberal, somos do entendimento que ambos não deixam de apresentar propostas controversas e, por isso, merecem, da parte do PSD, alguma reserva. Porquê? Porque é que são controversas? Nós percebemos a intenção. A intenção é a de dizer que, se um pai ou uma mãe estão desempregados e estão em casa, podem ficar com o filho e não existe prioridade.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Claro! O Sr. Hugo Maravilha (PSD): — Mas, ao mesmo tempo, estamos a dizer que as pessoas que estão

desempregadas vão ter um obstáculo se quiserem regressar ao mercado de trabalho. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Epá, não tínhamos pensado nisso! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Não pensam muito! A Sr.ª Rita Matias (CH): — Mais vale despedir-se?! O Sr. Hugo Maravilha (PSD): — O PSD não está a dizer que é contra; tem é de se refletir bem sobre esta

medida. Parece-nos que esta medida, apresentada quer pela Iniciativa Liberal, quer pelo Chega, merece uma maior reflexão.

Aplausos do PSD. Srs. Deputados — sobretudo, Srs. Deputados do Partido Socialista —, a questão da gratuidade das creches

é um problema muito sério para as famílias portuguesas. Há famílias que se estão a despedir, outras que estão a abdicar de progredir na carreira, porque não conseguem conciliar a vida familiar com a profissional.

Na verdade, o Governo tem tido enormes dificuldades em implementar o Creche Feliz, mas teima em não reconhecer isso.

Aplausos do PSD. O PSD tem apresentado diversas soluções, diversas iniciativas parlamentares para melhorar o

funcionamento da medida da gratuidade das creches. Contudo, essas medidas, essas iniciativas parlamentares — provavelmente como o vão ser estas que estamos aqui a discutir hoje —, foram rejeitadas pelo Partido Socialista.

Esta é uma matéria à qual o Partido Social Democrata tem dedicado especial atenção, porque interfere na vida pessoal e profissional das famílias e, por isso, o PSD entende que, para uma melhor implementação da medida da gratuitidade das creches, é necessário ouvir quem, diariamente, no terreno, lida com esta situação.

Nesse sentido, o Grupo Parlamentar do PSD já fez, em sede de comissão, um pedido para ouvir diversas entidades sobre a implementação do programa Creche Feliz.