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30 DE SETEMBRO DE 2023

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Aplausos do PCP.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Bebe água, João, que isso passa!

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Irene Costa, do Grupo Parlamentar do PS.

A Sr.ª Irene Costa (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A verdade é que o caminho do SNS, desde a sua criação, nunca foi fácil.

Vivemos, hoje, um dos maiores desafios ao Serviço Nacional de Saúde. Apesar de termos o maior orçamento

da saúde — com um aumento de mais de 50 % e um reforço de mais 25 % no número de profissionais no setor

da saúde —; apesar de, em resultado destas apostas, termos aumentado o número de consultas médicas, de

consultas de enfermagem e cirurgias efetuadas; apesar de termos hoje mais atividades no SNS, ainda assim,

temos mais necessidades, mais procura e uma evidente pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde.

Mas o diagnóstico está feito: temos uma população envelhecida que gera mais necessidades de saúde;

assistimos a uma maior acessibilidade aos serviços de saúde com a eliminação das taxas moderadoras; temos

um expressivo aumento do número de utentes inscritos; temos uma efetiva melhoria na prestação de cuidados

e na capacidade de resposta ao nível dos recursos humanos e das carreiras; e temos em curso importantes

valorizações cujos efeitos ainda não se reproduziram na sua totalidade.

Este diagnóstico e a implementação das respostas desenhadas são os atuais desafios do SNS. São desafios

que implicam, naturalmente, abordagens que valorizem o SNS e que possibilitem a criação de sinergias

positivas, que promovam e facilitem a igualdade e acesso de todos os portugueses a cuidados de saúde

eficientes e de qualidade.

Neste sentido, o Ministério da Saúde e a Direção Executiva definiram duas reformas de grande alcance.

Por um lado, a generalização, em todo o País, das ULS (unidades locais de saúde), um modelo que se

pretende ao serviço das pessoas, que facilita a circulação dos utentes no SNS, que promove a integração de

cuidados, a otimização de recursos humanos, materiais e financeiros, a partilha, a agilização e a referenciação

mais célere entre níveis de prestação de cuidados, garantindo acesso, continuidade e qualidade nos cuidados.

Por outro lado, destacamos a reforma no modelo de relacionamento com os profissionais de saúde, seja pela

implementação da dedicação plena, seja pelo alargamento das unidades de saúde modelo B, que prevê um

modelo remuneratório mais atrativo para os profissionais.

Se a estas duas grandes reformas associarmos o trabalho que está a ser realizado ao nível do registo

eletrónico do utente e uma avaliação sobre produtividade e resultados, definida como objetivo também na lógica

do financiamento das estruturas de saúde, consideramos que estamos no caminho certo para proteger o SNS.

Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, rejeitamos as propostas trazidas a debate,…

Vozes do CH: — Oh!…

A Sr.ª Irene Costa (PS): — … que são propostas de quem deposita toda a fé da resolução dos problemas do SNS na simples compra de serviços ao setor privado, sem indicar, por exemplo, o impacto dessas medidas

no orçamento do SNS, sem deixar evidências de que o recurso aos privados garante uma resposta efetiva a

todos os cidadãos e em todas as circunstâncias.

Rejeitamos propostas de quem deposita a fé da resolução dos problemas do SNS no financiamento de um

modelo concorrencial entre público e privado que apenas se destina a destruí-lo.

Estamos neste debate, hoje e sempre que for necessário, como sempre esteve o Partido Socialista: a

defender, a apoiar e a sustentar politicamente um Serviço Nacional de Saúde público, universal e

tendencialmente gratuito, sem prejuízo da natureza complementar e supletiva do setor social e do setor privado.

Aplausos do PS.