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I SÉRIE — NÚMERO 8

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Para a Iniciativa Liberal há uma solução para tudo: despedir, despedir e despedir! Para o Chega é ajudar,

ajudar e ajudar! É isso que nós queremos!

Aplausos do CH.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — PCP! PCP!

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Parece um social-democrata a falar!

Risos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para apresentar o Projeto de Lei n.º 884/XV/1.ª (PAN), tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Agradecemos à Iniciativa Liberal o agendamento deste debate, apesar de, infelizmente, já conhecermos bem a visão da Iniciativa Liberal

para a saúde, tal como para outros setores: «Privatizar, privatizar, privatizar» é a palavra de ordem.

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Liga ao caçador!

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Para a IL, o «SNS para todos» parece ser para gente de mais. E, Sr.as e Srs. Deputados, esta não é a visão do PAN. Para o PAN, a saúde tem de ser para todos, sem

exceção, e não apenas para quem a possa pagar. A saúde tem de ser garantida pelo Estado e a iniciativa

privada deve ser um complemento até este deixar de ser necessário.

Mas não é por isso que ignoramos o estado moribundo da saúde em Portugal. Não ignoramos que, ainda

ontem, a greve dos médicos de Lisboa e Vale do Tejo registou uma adesão de 90 % nos blocos operatórios e

nos centros de saúde e quase 80 % nas consultas hospitalares.

Não ignoramos também a vaga de aposentações de médicos até ao fim do ano, nem o número de saídas

muito superior ao número de entradas. Entre o deve e o haver, mais de 2 milhões de portugueses, aqueles que

ouviram uma promessa antiga de um médico de família para todos, vão continuar sem médico de família.

Não ignoramos também que muitas USF (unidades de saúde familiar) não conseguem abrir por falta de

profissionais, assim como não ignoramos a desvalorização dos profissionais, as horas de espera nas urgências

ou as emergências fechadas.

Não ignoramos todos estes problemas na saúde, que infelizmente são muitos, mas o diagnóstico e a receita

da IL não só não curam, como agravam os sintomas e, para esse peditório, o PAN também não dá.

No entanto, hoje o PAN gostaria de falar sobre os futuros médicos, os jovens estudantes, a quem temos o

dever de apresentar uma situação e uma oportunidade de futuro diferentes.

Com a iniciativa que o PAN apresenta hoje, pretendemos algo tão simples como uma mera clarificação legal

que garanta aos estudantes de Medicina o acesso a sistemas de informação dos dados de saúde dos utentes,

com a garantia de respeito pelos dados pessoais.

Entendemos que esta consulta, efetuada pelos estudantes sob a devida supervisão técnica e em condições

de segurança, se mostra fundamental para a sua formação e prática clínica.

É uma alteração simples, que permite que o que muitas vezes já é feito na prática esteja vertido na lei e que,

assim, seja garantida uma boa formação aos futuros profissionais, na esperança de que não desistam de sê-lo,

apesar da forma como já veem a sua profissão ser tratada como um futuro sem muita valorização profissional

no horizonte.

O PAN está inteiramente disponível para tratar e melhorar esta iniciativa em sede de especialidade e

esperamos que as demais forças políticas nos acompanhem.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Concluímos a apresentação das iniciativas legislativas e passamos ao período de intervenções.

Tem a palavra o Sr. Deputado João Dias, do Grupo Parlamentar do PCP.