I SÉRIE — NÚMERO 8
16
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — … quando elas nem sequer fazem sentido no modelo que propomos. Não digam, como fez o PCP, que achamos a gestão privada sempre melhor do que a pública, quando, para
nós, é perfeitamente aceitável que o subsistema público, que defendemos que exista, possa ser o preferido dos
portugueses, porque se for o mais escolhido será por ser o melhor. Encantados!
Não digam, como fez o Bloco de Esquerda, que o PS está a aplicar o programa da IL, quando o que propomos
vai contra quase tudo o que o PS tem feito na saúde nos últimos anos.
Não digam, como fez o Livre, que se há dinheiro para resolver as listas de espera no SUA Saúde, então não
é preciso mexer no funcionamento do SNS.
Protestos do Deputado do L Rui Tavares.
Se o problema fosse só dinheiro, o aumento de mais 5000 milhões de euros nos últimos anos já o tinha
resolvido.
E não digam, como fez o Livre, que é uma questão de fezada, quando nos fomos inspirar nas partes que
melhor funcionam nos vários sistemas de saúde mais evoluídos na Europa.
O Sr. Rui Tavares (L): — Pois, umas partes boas e outras menos boas! O Frankenstein também tinha várias partes!
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Quem acha que o modelo não precisa ser alterado tem uma visão muito diferente da que tem a Iniciativa Liberal sobre o valor social e económico de uma população saudável e
com maior bem-estar.
Hoje é dia de votar o SUA Saúde. Pelos portugueses e pela sua saúde, aprovem esta iniciativa hoje.
Aplausos da IL.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para apresentar o Projeto de Lei n.º 880/XV/1.ª (CH) e o Projeto de Resolução n.º 750/XV/1.ª (CH), tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Ao dia a que chegamos aqui, a saúde dos portugueses enfrenta riscos como nunca enfrentou.
As propostas do Chega visam, precisamente, ir ao encontro daqueles que, hoje, morrem à porta de hospitais,
veem os seus familiares sem consultas e ficam meses ou anos à espera de uma cirurgia.
Segundo os últimos dados que temos, dos doentes oncológicos que estão em lista de espera em Portugal,
um em cada quatro já ultrapassou o prazo máximo de espera previsto na própria lei. Um em cada quatro dos
doentes oncológicos já está há mais tempo à espera do que a lei permite!
Por isso, isto é muito claro: para a esquerda, mais vale ficarem à espera e morrerem se os cuidados não
forem públicos; para outros, seja público, privado ou social, o que interessa é que quem precisa tenha cuidados
de saúde. E essa é a nossa lógica em tudo! E essa é a nossa lógica em tudo!
Aplausos do CH.
Por isso, apresentamos este projeto, para garantir que Portugal não é só Lisboa e Porto e para garantir, a
quem não tem acesso a cuidados de saúde e a quem pouco importa que sejam públicos ou privados, que tenham
acesso a essa saúde.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Exatamente!
O Sr. André Ventura (CH): — As propostas que hoje são trazidas à discussão, mormente pela Iniciativa Liberal, têm uma vantagem: a de quebrar o preconceito ideológico que há décadas varre a saúde em Portugal.
Há décadas — por culpa da geringonça e, agora, por culpa do PS —, os portugueses ficam atolados num sistema
lamacento que não lhes permite ter acesso ao mais básico dos cuidados de saúde e à sua dignidade.