I SÉRIE — NÚMERO 11
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Mas deixem-me dizer-vos que há problemas graves, e não vale a pena escondermos isso, na área da saúde no interior. Se as cidades das grandes metrópoles têm problemas, nós temos problemas que precisamos de resolver. Precisamos de criar protocolos com outras instituições para resolvermos os problemas deste território. E não tenho medo de afirmar isto.
Sobre o que me assusta, Sr. Deputado João Paulo Barbosa de Melo, vou dizer-lhe o que aconteceu. Há pouco tempo, o líder do seu partido foi a Oliveira do Hospital com gente do PSD, daqueles concelhos todos, e fez uma visita ao IC6, que tem sido a nossa maior preocupação e a nossa maior revolta por ainda não estar feito. Nós achamos que já devia estar feito há 20 anos! E sabe o que disse o líder do seu partido?
O orador exibiu uma notícia de jornal. «Luís Montenegro critica sucessivo adiar do IC6, mas não se compromete com a execução do itinerário se o
PSD for Governo.» Isto é que me assusta também. Isto é que me assusta, é que foram lá! Aplausos do PS. E o IC6 é para quê? O IC6 é até Folhadosa, neste momento está para ser lançado, e depois queremos o IC7. Muito obrigado, Sr. Presidente. Peço desculpa, sei que terminou o meu tempo. Aplausos do PS. Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente, Augusto Santos Silva. O Sr. Presidente: — Muito obrigado. Não sabia que só a minha presença já impunha tanto respeito! Vamos agora seguir para a penúltima declaração política de grupo parlamentar, depois temos uma
declaração do Deputado único. Cabe a palavra ao PSD. Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Poço. O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Raparigas ensanguentadas a serem
levadas à força para jipes, pessoas em abrigos domésticos a serem fuziladas, idosos chacinados, mulheres violadas, corpos empilhados em passeios, reféns aterrorizados a serem exibidos em desfiles, centenas de jovens a fugirem para a morte ou captura num festival de música, bebés decapitados, crianças judias enjauladas ou a serem humilhadas em rodas compostas por outras crianças instrumentalizadas e incentivadas pelos terroristas. Sr.as e Srs. Deputados, isto tem um nome: é barbárie e é terror.
É um massacre indiscriminado de civis inocentes apenas por serem israelitas ou judeus. Não visa resolver nenhum conflito ou dialogar.
A selvajaria terrorista condena-se e combate-se, não admite justificativas. O conflito que divide estes povos não pode ser arrastado para a lama do terror do Hamas.
Atacar mulheres, crianças e avós judeus, incluindo sobreviventes do Holocausto, a serem metidos em camiões e levados para cativeiro, é libertar alguém? Usar os mesmos métodos bárbaros que vimos há uns anos a serem usados pelo Estado Islâmico é libertar alguém? Não, é espalhar o terror do mais cruel antissemitismo de que há memória nos últimos anos. É fazer um novo Holocausto em 2023.
Como devemos nós, democratas, defensores do Estado de direito e dos valores do mundo ocidental, civilizado e decente, reagir à barbárie? Em primeiro lugar, condenar sem justificativas o terrorismo do Hamas. Em segundo, expressar a nossa solidariedade e as condolências contra quem foi alvo destes ataques terroristas a partir do último sábado, Israel e o seu povo, sem esquecer também os cidadãos de outras nacionalidades, incluindo cidadãos luso-israelitas, apanhados pelo terror. Em terceiro, reconhecer o direito de Israel a defender-se do terrorismo no quadro do direito internacional. Por fim, fazer votos para a rápida libertação de todos os reféns e pessoas sequestradas.
Sr.as e Srs. Deputados, o terrorismo do Hamas abriu uma tragédia para Israel, para o povo judeu, mas também para todos nós.