I SÉRIE — NÚMERO 11
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O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, começo por responder a si, Sr. Deputado Diogo Pacheco de Amorim: a minha intervenção foi muito óbvia naquilo que é a condenação do Grupo Parlamentar do PSD desta barbárie e do terror, portanto, não preciso acrescentar muitos mais elementos à resposta ao Grupo Parlamentar do Chega e ao Sr. Deputado Diogo Pacheco de Amorim.
Relativamente às perguntas que me foram feitas, quer pelo Sr. Deputado Bruno Dias, quer pela Sr.ª Deputada Joana Mortágua, naturalmente, partimos de posições diferentes na forma como observamos o conflito. Mas como tive oportunidade de dizer daquela tribuna, poderemos ambos — e sei-o, até porque leio as vossas resoluções — destacar uma data em particular. Por exemplo, falaram aqui, e é comum fazerem-no nas vossas resoluções, da data de 1967. Eu poderia, por exemplo, começar a minha intervenção a falar do Mufti de Jerusalém, com quem é que esteve o Mufti de Jerusalém na II Guerra Mundial. Ou poderia, por exemplo, falar de quem é que recusou o plano de partilha inicial de 1948. Portanto, este é um debate,…
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Estou a falar do que aconteceu agora! O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr.ª Deputada, estou a responder-lhe. Fiquei caladinho a ouvi-la, agora
deixe-me só acabar o meu argumento. Portanto, neste debate podemos andar a recuar; quem tem mais simpatia por um lado apresenta umas
resoluções, apresenta umas datas e, depois, estas são contrapostas pelas outras. Sr.ª Deputada, o Grupo Parlamentar do PSD é inequívoco. Seremos sempre a favor de que um Estado —
olhe, como seria o caso do Estado de Portugal, se fosse neste momento alvo de um ataque terrorista —, tenha a legitimidade, no âmbito do direito internacional humanitário, de se defender.
O Sr. António Cunha (PSD): — Muito bem! O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Mas acha que o PSD, ou que alguma pessoa que condena esta selvajaria,
diga: «Não, não, mas concordamos que se possa agora matar indiscriminadamente civis inocentes»? Claro que não concordamos! Acha que concordamos, alguma vez, por defender o Estado de Israel, que se matem civis e que se matem crianças palestinianas?!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Mas é o que vai acontecer! O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Claro que não concordamos, Sr.ª Deputada! Aplausos do PSD. O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Já está a acontecer! O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Acha que alguém com um mínimo de empatia… Mas deixe-me dizer-lhe o
seguinte: sabe Sr.ª Deputada, que o Hamas, quando começou estes ataques, tem uma população refém, uma população que não tem direitos e liberdades? Olhe, em que um casal homossexual não pode dar um beijo na boca? Onde as mulheres não têm liberdade nenhuma?
Sr.ª Deputada, com amizade, eu estou certo de que é mais fácil ser mulher em Telavive do que ser mulher em Gaza. Eu não tenho a mínima dúvida.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Se não for palestiniana! O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr.ª Deputada, eu digo-lhe uma coisa: nós não aceitamos lições de
humanismo. Mas, atenção, eu noto uma evolução na posição do Bloco de Esquerda face, por exemplo, à posição do Partido Comunista Português.
Aquilo que lhe queremos dizer é o seguinte: sim, nós expressamos a nossa solidariedade, nós condenamos ataques terroristas, sejam de quem for, e esperamos também que a resposta do Estado de Israel, no seu direito legítimo, no âmbito do direito internacional humanitário, tenha em atenção ao que nós consideramos a